Em pouco mais de cinco minutos, seis homens armados com pistolas roubaram, nesta quarta pela manhã, R$ 100 mil de um carro-forte no campus de Ondina da Universidade Federal da Bahia (Ufba). O dinheiro iria abastecer o caixa eletrônico do Banco do Brasil, instalado na área do Instituto de Matemática.

O grupo chegou em três motos ao Pavilhão de Aulas I e se dividiu. Parte aguardou a chegada dos três seguranças da empresa Preserve, próximo aos caixas eletrônicos (um do Banco do Brasil e outro do Santander). Um dos ladrões segurava um livro.

O assalto ocorreu por volta de 10h e era intenso o movimento de estudantes e funcionários da universidade no local. O CORREIO ouviu uma aluna que testemunhou o assalto. Segundo ela, três bandidos estavam sentados em um banco da praça do campus e o quarto, de jeans e camiseta, em pé, encostado na pilastra.

“Foi quando os seguranças da Preserve chegaram. Enquanto dois se preparavam para abastecer o terminal, o outro estava de prontidão na porta. Nessa hora, o bandido que estava em pé se aproximou”, conta.

De acordo com a estudante, o ladrão perguntou se poderia utilizar o caixa e, antes que o segurança respondesse, o homem tomou-lhe a escopeta e o rendeu com a própria arma.

Diante do risco de morte do colega, os outros dois seguranças não reagiram e entregaram suas armas. “Os três seguranças ficaram com as armas apontadas para suas cabeças. Nessa hora fiquei tão apavorada que corri”, relembra a estudante.

Outras testemunhas relataram que três bandidos correram para o estacionamento com o malote, onde outros três comparsas os aguardavam. “O pânico foi total. Tem gente que ficou sem reação. Outras pessoas correram desesperadas”, disse Daniela Farias, aluna do curso de Matemática.

Após pegar o malote e as armas dos seguranças — três revólveres e uma escopeta —, os ladrões fugiram de moto pelo portão III, que dá acesso ao campus da Federação. Na fuga, levaram o revólver de um vigilante do Grupo MAP, que presta serviço à Ufba. Fonte: A Tarde

Câmeras

O caso é investigado pelo delegado Marcos César, da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR), que solicitou à Ufba as imagens de duas câmeras posicionadas no local do roubo. Até o início da noite de ontem, um suspeito havia sido identificado e era procurado.

Há suspeita de que um sétimo assaltante estaria em uma van dando cobertura aos comparsas. “Algumas pessoas relataram que um outro assaltante estaria na van estacionada perto do local do roubo e que o veículo fugiu pelo portão principal, sentido Federação”, conta o tenente Ronaldo Silva, da 12ª Companhia Independente da PM (Ondina/Rio Vermelho).

Alerta

Segundo os estudantes da Ufba ouvidos pelo CORREIO, não há um controle da pessoas nas portarias do campus e os vigilantes que fazem a segurança não são preparados para garantir a segurança dos alunos.

“Entra todo mundo. De vendedor de picolé a mototaxista. Além do mais, a segurança daqui é patrimonial. Ou seja, não sabem lidar numa situação como a de hoje (quarta)”, declarou Marcos Roberto dos Santos, 23, aluno de Engenharia de Minas.

Outro problema apontado pelos alunos é a iluminação. “Tem pontos aqui que ficam na maior escuridão à noite, facilitando a ação de bandidos”, disse Jailson de Jesus, estudante de Engenharia de Minas. A PM informou que realiza rondas na parte externa do campus, já que se trata de uma área de competência federal.

Segurança é feita por 500 vigilantes, diz Ufba

A segurança dos campi da Ufba na capital é feita por cerca de 500 homens do Grupo MAP, alguns com porte de arma, segundo a Pró-Reitoria de Administração. “Há 400 câmeras em operações, controladas por uma central”, explica Lafaiete Cardoso, assessor da Reitoria para assuntos de Segurança.

Em abril de 2012, a Ufba fechou parceria com a Polícia Militar para reforçar a segurança no entorno dos campi. Cardoso desmente a informação de que a segurança é apenas patrimonial.

“O contrato com a empresa não diz isso. Claro que não é uma segurança pessoal, mas também uma segurança de pessoas”. Segundo Cardoso, a iluminação tem melhorado. “Antes, eram 100 postes, hoje são 600. O serviço vai melhorar com a instalação de uma subestação de energia”.