Ex-deputado Luiz Argolo

Matéria publicada na Folha de São Paulo, indica que o ex-deputado Luiz Argôlo (SDD) usou os nomes da mãe como laranja e do pai para receber dinheiro de Alberto Youssef, operador da propina na Petrobras. Segundo a Folha, a mãe do ex-parlamentar, dona Vera Lúcia de Barros Correia,aparece como "fiel depositária" de uma escavadeira Doosan S-340, que custa em torno de R$ 680.156,44, e de dois tratores compactados Bomag no valor de R$ 280.484,00 cada.

Yousef, em fevereiro de 2013, deu um sinal de R$ 520 mil pelos contratos de locação de maquinário pesado com opção de compra da escavadeira e dos tratores, que logo em seguida foram solicitados por Argolo. No mesmo ano, o pai dele, Manoelito Argôlo, ex-prefeito de Entre Rios, recebeu um depósito de R$ 60 mil feito pela contadora de Youssef, Meire Poza. A justificativa do depósito é a suposta venda de um terreno de 111 mil m² do ex-deputado ao doleiro. Os R$ 47 mil restantes da transação foram pagos por Poza a Élia dos Santos Hora, secretária de Argôlo no seu escritório em Salvador, e considerada "gerente dos negócios escusos" de Argôlo. Élia também foi presa pela polícia federal nesta sexta-feira (10).

O uso de laranjas e empresas de fachada na venda do terreno chamou a atenção dos investigadores de que a negociação seria apenas um disfarce para o pagamento da propina com dinheiro desviado de superfaturamento de obras de empreiteiras ligadas a Petrobras.

Entre 2011 e 2014 circularam R$ 757 mil na conta de Meire Poza. O valor foi sacado em dinheiro para ser repassado aos políticos.

Segundo Youssef, o valor, em dinheiro vivo, repassado pelo doleiro ao ex-deputado ainda é desconhecido, mas variava entre 20 mil e 200 mil mensais. Dependia da proximidade do período eleitoral e era oriundo de empreiteiras responsáveis por obras na Petrobras.