Após um movimento de greve de fome que durou três dias, os vereadores de Madre de Deus, Região Metropolitana de Salvador (RMS), Dailton Filho (DEM) e Antônio Carlos Soró (PSDB) encerraram ontem o protesto que faziam na frente do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).

A decisão se deu, segundo Dailton Filho, depois de a desembargadora Ilza Maria Anunciação prometer que vai inserir o julgamento do agravo regimental impetrado pelo democrata na pauta do pleno no próximo dia 19.

De acordo com Dailton, o julgamento em questão porá ponto final na emblemática disputa pela titularidade da Câmara Municipal da cidade e, consequentemente, da prefeitura, pois a prefeita eleita em 2008, Eranita Brito (PMDB), foi cassada por irregularidades na administração.

Atualmente, o presidente do parlamento de Madre de Deus e prefeito interino é o vereador Jefferson Andrade (PR).
O outro pleito de Dailton, que também foi atendido, foi o julgamento do pedido de suspensão da desembargadora Daisy Lago do processo entre ele e Jefferson Andrade.

Quem julgou o pedido foi a própria desembargadora e ela indeferiu o pleito do vereador. A decisão foi publicada na edição de ontem do Diário da Justiça.

Agora, conforme explicou Dailton, diante da negativa da magistrada, cabe à presidente do TJ-BA, desembargadora Telma Brito, julgar se Daisy Lago continua ou não à frente do processo. Dailton Filho alega que a desembargadora tem dados pareceres favoráveis a Jefferson Andrade.

Entenda o caso – O imbróglio começou no dia 15 de dezembro do ano passado. Em sessão plenária na Câmara, houve votação para escolha da Mesa Diretora, da qual Dailton saiu vitorioso, com seis dos nove votos a seu favor.
Após deixarem a Casa, logo em seguida, Jefferson Andrade realizou outra votação, sem a presença de Dailton e de mais três vereadores.

Dos cinco presentes, todos votaram a favor de sua eleição para presidência da Câmara. Conforme a lei eleitoral brasileira, quando um prefeito é cassado quem assume a cidade é o presidente da Câmara, até que haja nova eleição (direta ou indireta) para escolha do novo prefeito.