O primeiro médico estrangeiro importado para trabalhar na Bahia pelo programa Mais Médicos chegou a Salvador na tarde dessa sexta-feira (23/8). O voo que trouxe o médico português Raul dos Reis Ramalho desembarcou por volta das 15h no Aeroporto Internacional de Salvador – Deputado Luís Eduardo Magalhães, onde o profissional foi recebido pelo secretário estadual de Saúde, Jorge Solla, pelo secretário do município, José Antonio Rodrigues Alves, e pelo presidente do Conselho Municipal de Saúde, Marco Antonio Sampaio.

Raul dos Reis Ramalho, cirugião maxilo-facial e clínico geral, tem 66 anos e já morou em Salvador durante 7 anos no período em que estudou na Escola Bahiana de Medicina, se formando na instituição em 1983. Durante este período, Raul afirma ter feito amizades, que diz manter, além de ter deixado uma filha brasileira, que mora na cidade até os dias atuais

Durante os anos em que morou na capital baiana, o médico fez residência no Hospital Irmã Dulce, no Hospital Santa Izabel e no Instituto de Perinatologia da Bahia (Iperba). O português ficou sabendo sobre o programa através de outro filho, o produtor de vídeo Pedro Ramalho, que se mudou para a capital baiana há cerca de 2 anos, por causa de sua mulher, também soteropolitana.

Raul Ramalho contou que está aposentado desde 2011 e, para o governo português, isso o impede de trabalhar. Decidiu então unir o útil ao agradável se inscrevendo no programa brasileiro. O médico afirmou ter as melhores expectativas por já conhecer a cidade e o Sistema Único Brasileiro. “Quando morei aqui, há cerca de 30 anos, a cidade era bem mais tranquila do que é hoje. Mas sempre fui recebido pela população baiana e venho com as melhores expectativas para atingir os objetivos do programa” disse o médico, que, após o curso de adaptação, irá trabalhar na Unidade de Saúde da Família da Nova Constituinte, no bairro periférico localizado no Subúrbio Ferroviário de Salvador.

Segundo Raul, não foi a bolsa de R$10 mil oferecida pelo governo brasileiro que o atraiu. E acredita que dificilmente será o que atrairá outros médicos europeus. “Não é um valor tão significativo, há outros motivos para os médicos virem. No meu caso, foi o carinho que sinto pela Bahia” afirmou.

Ele irá atuar no atendimento básico de saúde, assim como os outros médicos que se inscreveram no programa. Isso porque, para exercer um cargo especializado, o estrangeiro precisaria fazer o Revalida. *Tribuna da Bahia