A Copa do Mundo começa no calor do Dia dos Namorados, 12 de junho, quando o Brasil enfrenta a Croácia, em São Paulo. E o amor estará no ar durante toda a competição, ao menos para a seleção de Felipão, que abrirá a guarda e, talvez, até as portas da concentração da Granja Comary. Em seu giro pela Europa, o treinador Luiz Felipe Scolari admitiu que o sexo estará liberado durante a Copa:

– Se for sexo normal, sim. Se for normal, é normal. Não é lá em cima no telhado. Normalmente, o sexo normal é feito de forma equilibrada… Mas tem algumas formas, alguns jeitos, e há pessoas que fazem malabarismo. Isso aí não – disse Felipão, na última segunda-feira, em Lisboa.

O médico da seleção José Luiz Runco não somente aprovou a iniciativa como até criou um lema a ser seguido pelo grupo:

– Transe com moderação – disse o médico. – Sexo no período de folga é até essencial, desde que seja feito com equilíbrio. Não atrapalha. Acho até uma maneira de o jogador vencer o estresse. Desde que não seja uma orgia, tudo bem. Se for consensual, não há problema – acrescentou, soltando uma gargalhada.

O ex-jogador Valdir, ídolo do Vasco, não tem no bigode a única semelhança com Felipão. Sua opinião é também igual à do treinador.

– Sexo é antidepressivo. Se o cara está nervoso ou exausto, vai lá, faz sexo, namora, e tudo melhora. Mas, na véspera do jogo, não pode. Desgasta. É melhor esperar acabar o jogo. Perdeu? Ganhou? Vai relaxar… Nas folgas, devagar, deitadinho, só faz bem.

Segundo a programação traçada por Felipão para a Copa do Mundo, os jogadores terão a princípio três dias integrais e duas manhãs de folga no período de 49 dias – a preparação começará em 26 de maio. Embora o treinador não tenha se aprofundado no assunto, é certo que os 23 jogadores ficarão em quartos individuais na concentração, que terá uma sala de visitas para a recepção de parentes.

Sem o bigode dos tempos de zagueiro da seleção brasileira, o tetracampeão Ricardo Rocha não pensa como Felipão. Para ele, o sexo não é fundamental durante uma competição de tanto peso como a Copa do Mundo. Mas ele respeita a opinião contrária.

– Eu não misturava as coisas. Gostava de estar concentrado. Ainda mais numa Copa do Mundo, quando o jogador está ligado em ser campeão… Será que ele vai morrer se não transar durante um mês? Mas cada um tem sua opinião. Então, acho que, se houver moderação, não será um problema – disse.

Se a vida imita a arte, o sexo pode também seguir a filosofia do futebol: em vez do individualismo, o entrosamento tem tudo para facilitar o caminho até o gol. Para o sexólogo Arnaldo Risman, torcedor do Fluminense, sexo a dois é melhor do que masturbação, inevitável em longos períodos de isolamento.

-Não acredito que, em um mês, os jogadores não se masturbem. E isso é sexo. A masturbação pode gastar energia menor, mas o sexo a dois é mais produtivo. É mais saudável para o corpo e a cabeça – apontou Risman. – O que começa com sexo tem tudo para terminar bem – encerrou, certo de que sexo e hexa têm tudo a ver. Com informações do Extra Globo.