Os deputados e senadores de oposição ao governo que participam em Comandatuba (BA) do Fórum de Líderes Empresariais promovido pelo Lide ficaram incomodados com a insistência de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, em blindar a presidente Dilma Rousseff (PT) do risco de impeachment.

Cunha foi metralhado por deputados e senadores. Todos esperavam uma sinalização favorável sobre a possibilidade de abertura do processo de impeachment contra Dilma. No entanto, o deputado não deu brecha para os oposicionistas. Assim como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Cunha afirmou que não discutiria o impeachment de Dilma a partir de teses.

"Vou analisar sob a ótica dos argumentos, dos fatos. É preciso um pouco de cautela. Tenho de agir de acordo com o que prevê a Constituição", afirmou no evento. Ao iG, Cunha se limitou a dizer: "Não mudei. Minha posição continua a mesma."

A indisposição de Cunha em abraçar neste momento a causa oposicionista na Câmara não pegou bem. Os congressistas esperavam que o presidente da Casa mantivesse o comportamento adotado desde o período pré-eleição para a presidência da Câmara, com uma posição anti-governo.

No café, durante o evento do Lide, parlamentares do DEM, do PSDB e do PSB trocaram impressões. "Eduardo [Cunha] teve uma atitude estranha ao refutar o impeachment como fez agora", comentou um senador.

Antes, os mesmos parlamentares criticaram a cautela de FHC quanto ao afastamento de Dilma. Um deles, no entanto, contemporizou: "Mas FHC é inimputável. Não dá para concordar nem discordar."

Para um outro parlamentar que participa do evento na Bahia, a aproximação entre Cunha e Dilma avançou sim, ao menos por enquanto. "A mulher de Eduardo Cunha [a jornalista Cláudia Cruz] já está até fazendo caminhadas com a presidente", disse, com certo deboche.

Fonte IG