Preocupado com os recentes casos da febre chikungunya em países do Caribe, o Ministério da Saúde do Brasil emitiu informe para as secretarias estaduais e municipais com orientações para a vigilância da doença, que tem características muito parecidas com a dengue. Segundo a Secretaria Nacional de Vigilância em Saúde (SVS), a doença só registra casos autóctones (contraídos no próprio local) em países da África e da Ásia, mas casos importados já foram registrados nos Estados Unidos, Canadá, Guiana Francesa, Martinica e Guadalupe. No Brasil, foram três casos confirmados em 2010, todos eles de pessoas infectadas fora do país.

De acordo com o comunicado do Ministério da Saúde, as secretarias dos estados e municípios brasileiros devem encaminhar casos suspeitos de chikungunya para o Instituto Evandro Chagas (IEC), laboratório de referência nacional em epidemiologia. Para que os diagnósticos sejam feitos com exatidão, o ministério determina que os profissionais de saúde comuniquem às secretarias municipais em até 24 horas após a suspeita. A notificação deve ser imediatamente encaminhada à esfera estadual. Caso nenhuma das secretarias disponha de estrutura para receber as informações epidemiológicas, o governo federal disponibiliza o “disque-notifica”, telefone gratuito destinado a médicos e enfermeiros. O número desse serviço é 0800-644-6645. A notificação ainda pode ser feita pelo endereço eletrônico [email protected].

A chikungunya é uma virose transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti – o mesmo que transmite a dengue – e Aedes albopictus. Por isso, o Governo Federal pede que os responsáveis pela Saúde nos estados e municípios intensifiquem ações de prevenção e controle da população desses insetos. O Aedes albopictus também se reproduz em locais com água limpa e parada armazenada.

Os sintomas da doença também são parecidos com os da dengue. As pessoas infectadas costumam sentir fortes dores na cabeça, nos músculos e nas articulações, além de febre alta e prostração. Para evitar o avanço da virose no país, o Ministério da Saúde informa que técnicos da rede de laboratórios do governo vão ser treinados para ampliar as técnicas de diagnóstico da doença. Dois médicos também vão ser enviados à Martinica, no Caribe, para um curso de manejo aos pacientes infectados. Os profissionais da pasta estão ainda responsáveis pela elaboração do Manual de Preparação e Resposta diante da introdução do vírus chikungunya no Brasil. Está prevista também a realização de um levantamento dos focos do Aedes albopictus pelo território brasileiro.

*Extra