De acordo com o deputado federal Luiz Alberto (PT), a decisão adia em quatro meses a ordem de retirada da comunidade – hoje com cerca de 300 moradores –, presente no local há mais de dois séculos. Até fevereiro do ano que vem, o Incra deve concluir os estudos com o objetivo de demarcar a área quilombola, cujo certificado foi emitido em setembro pela Fundação Palmares.

As famílias de agricultores que vivem na área relatam conflitos com militares da Marinha desde a década de 1960, quando foi criada a Base Naval de Aratu. O principal conflito deu-se a partir da construção da Vila Naval, onde moram os militares, construída em áreas antes ocupadas pelos quilombolas.

A força armada – que alega que os moradores “invadiram” a área somente da década de 1970, apesar de haver uma senhora que vive no local há 111anos, entre outros idosos – pretende construir um centro de treinamento para os fuzileiros navais e outras instalações para a unidade na área. A decisão da Justiça previa o despejo dos remanescentes de quilombos na próxima sexta (4).