A indisponibilidade por mais de 30 dias do remédio contra a anemia falciforme a 81 pacientes do município de Mata de São João levou o Ministério Público estadual a ajuizar na última quinta-feira, 04, a ação civil pública com pedido de liminar para antecipação de tutela, contra o Estado da Bahia. Inquérito civil instaurado pela promotora de Justiça Luiza Gomes Amoedo apurou que a Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) interrompeu o fornecimento do medicamento hidroxiureia à Fundação de Hematologia da Bahia (Hemoba), responsável pela distribuição. A informação foi denunciada ao MP pela mãe de uma criança doente e confirmada pela própria Hemoba. Segundo a ação civil, o medicamento é de fornecimento obrigatório pelo Sistema Único de Saúde (SUS), conforme especifica a Portaria 1154/2013 do Ministério da Saúde (MS).

A promotora pediu à Justiça que determine, em caráter liminar, ao Estado da Bahia o fornecimento de pelo menos 243 frascos do medicamento em um prazo máximo de cinco dias, contados a partir da decisão, sendo três para cada um dos 81 usuários da comarca. A promotora de Justiça solicitou também determinação judicial para assegurar a disponibilização regular da medicação a todos que dela necessitarem e a condenação do Estado a pagamento de indenização por danos morais aos usuários, em valor a ser arbitrado pela Justiça. Segundo Amoedo, o MP notificou o Estado por “sucessivas vezes”, sem que o mesmo se manifestasse. Com base em dados do MS, ela destaca na ação que “de cada 650 crianças que nascem na Bahia, uma possui doença falciforme”.