O Ministério Público Federal na Bahia (MPF-BA) instaurou um inquérito civil a fim de apurar possível violação de direitos humanos em atos praticados por policiais militares da Rondesp, a um grupo de pessoas na Estrada de Barreiras, no bairro do Cabula, em Salvador, na última sexta-feira(6). A ação policial resultou na morte de 13 pessoas, deixando feridas outras três. A investigação foi protocolada nesta terça-feira (10), o caso também será apurado pelo Ofício Criminal do MPF.

De acordo com o Bahia Notícias, o responsável pela instauração do inquérito, o procurador da República Edson Abdon afirma “que a apuração minuciosa das circunstâncias de mortes ocorridas em suposta situação de confronto com a polícia é pressuposto básico não apenas para legitimar a própria atuação policial na defesa da segurança pública, mas também para que excessos sejam rigorosamente punidos e não mais ocorram”.

Pela versão oficial dos fatos, a abordagem policial foi realizada a um grupo que estaria articulado para a realização de roubo à agência da Caixa Econômica Federal na Estrada das Barreiras. Declarações prestadas na imprensa pelo Diretor da Anistia Internacional, Átila Roque, e por testemunhas, moradores da Vila Moisés – local onde ocorreu o suposto confronto, apontam para uma suposta execução sumária do grupo.

Ainda de acordo com informações publicadas pelo Bahia Notícias, o procurador da República ressalta que em 2013 a Bahia teve a alarmante taxa de 36,1 homicídios por 100 mil habitantes, superior à já grandiosa taxa nacional de 25,2 homicídios por 100 mil habitantes. Segundo Abdon, os dados, publicados no 8º Anuário Brasileiro de Segurança Pública em novembro último, corroboram a importância de o poder público empreender medidas que reduzam o número de homicídios no Estado, inclusive quanto à letalidade das forças policiais.