A requalificação do Hospital Ernesto Simões, no Pau Miúdo, que começou na quinta-feira, está sobrecarregando o 16º Centro de Saúde, no bairro. Com as obras, a emergência do hospital está funcionando em contêineres provisórios.

E, apesar de a equipe médica garantir que a estrutura permite todos os tipos de atendimento feitos no hospital – exceto cirurgias, ainda realizadas na sede em reforma -, o espaço acomoda menos pacientes. Por isso, a unidade só está atendendo emergências, e encaminhando os demais ao 16º Centro.

“Temos três clínicos, quatro cirurgiões, atendentes e enfermeiros. Como o espaço é menor, só atendemos casos graves, de emergência. Os de urgência são mandados para o 16º Centro”, informou ontem Zenaide Sales, médica de plantão do hospital.

Enquanto isso, no posto, a espera chega a três horas. Funcionários revelaram que um dos maiores problemas é a entrada de pessoas com sintomas de tuberculose. Na manhã de ontem, o posto recebeu cinco pacientes com suspeita da doença e foi preciso utilizar um consultório e a sala de sutura para isolá-los.

Com apenas um consultório, somente um dos dois clínicos estava atendendo. Na porta, a dona de casa Adalgisa Rosa de Jesus, 77, estava deitada no colo do filho. Com tosse e dores de cabeça há três dias, ela não tinha previsão de ser atendida. Usuários relataram espera de até três horas. A enfermeira da unidade informou que ontem, até as 12h, 88 pessoas foram atendidas.

Funcionários disseram que até que se determine o diagnóstico de tuberculose, um paciente fica isolado no posto de três a quatro dias, e quando não há vaga nos hospitais eles chegam a ficar até dez dias.

“O 16º é unidade de emergência, e as pessoas só devem ficar 24 horas. Quando não encontramos vagas, temos que manter o paciente”, afirmou a diretora de Assistência da Secretaria Municipal de Saúde, Luciana Peixoto, que destacou que antes de começar a reforma teve em uma reunião com o diretor do Hospital Ernesto Simões Filho e com o secretário estadual de Saúde, Jorge Solla, e foi informada que durante as obras do Ernesto Simões uma enfermeira, três técnicos de enfermagem e um médico seriam disponibilizados para atender a nova demanda do 16º Centro, mas os profissionais não começaram a trabalhar.

A assessoria da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) informou que a emergência do Ernesto Simões funciona normalmente nos contêineres, e que desconhecia tanto o encaminhamento de pacientes para o posto como o empréstimo de profissionais.

As informações são do Correio.