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Os ônibus estão circulando normalmente em Salvador e região metropolitana na manhã desta quinta-feira (17), segundo o Sindicato dos Rodoviário da Bahia. De acordo com Hélio Ferreira, presidente da categoria, os coletivos começaram a deixar as garagens por volta das 6h e vão fazer o transporte de passageiros até por volta das 18h.

"Todos os carros vão sair normalmente durante a manhã e à tarde. Às 18h eles serão recolhidos. O próprio sindicato está orientando os motoristas a recolherem os carros por conta da segurança", afirma Hélio. A Prefeitura de Salvador confirmou que os rodoviários irão circular durante o dia. Equipes da Força Nacional irão fazer a segurança das estações de transbordo, segundo informou o órgão municipal.

O sindicato afirma que, normalmente, cerca de 2.500 ônibus circulam na capital baiana e na região metropolitana, de segunda a sexta-feira. Aproximadamente 12 mil rodoviários trabalham no sistema.

Na quarta-feira (16), os ônibus começaram a sair por volta das 5h, mas alguns veículos da empresa Barramar foram apedrejados pela população e a categoria decidiu por recolher os ônibus. Durante a tarde, a Prefeitura de Salvador informou que os ônibus iriam parar a circulação a partir das 18h.

Impasse

Os policiais decidiram em assembleia na madrugada desta quinta-feira que a greve da Polícia Militar continua. O reajuste nas Condições Especiais de Trabalho (CET) é o principal ponto de divergência entre policiais grevistas e governo do estado, que tentam negociar a finalização do movimento iniciado na Bahia, segundo informa o vereador Marco Prisco, líder do movimento.

O governo explica que a CET é uma gratificação que atualmente vigora para oficiais e que os grevistas pedem que se estenda a todos do efetivo policial, informa o diretor de comunicação da PM, Gilson Santiago, que responde pelo governo. "Eles querem também que todo o reajuste que seja concedido aos policiais também seja concedido aos policiais inativos", explica.

Em relação à CET, o governo concordou em fazer alterações em reunião que antecedeu assembleia na terça-feira. Ficou acertado reajuste de 25% no valor da remuneração de policiais do administrativo; de 17% para 35% no valor para quem recebia reajuste; e os motoristas, que tinham 35%, ficarão com 60%. O código de ética e dos processos disciplinares, outros dois quesitos reinvindicados, também seriam revisados.

De acordo com Santiago, os grevistas pedem que o pagamento da Gratificação da Atividade Policial 5 (GAP-5), negociada em duas parcelas na greve de 2012, seja paga de forma integral e imediata, a partir do próximo vencimento. "Na realidade, o comando de greve quer um padrão remuneratório diferente do que temos hoje. Eles querem um subsídio, que faria com que todos ganhassem igualmente, soldados e oficiais. O soldado, na regra atual, na composição do subsídio, tem as gratificações. Eles querem que o subsídio seja implantado imediatamente e não esperar até novembro, março ou abril de 2015, como foi acordado".

Ele explica que a GAP-5 vai ser paga em duas partes, uma em novembro e outra em março ou abril de 2015. "Isso já foi objeto de negociação de 2012 e eles querem discutir isso novamente, só que com outro padrão. Eles já querem que seja paga essa GAP-5 no próximo mês e de uma vez só", ressalta.

Outros pontos da pauta de negociação apresentadas pelos grevistas são o aumento do auxílio alimentação para R$ 500 e 'anistia' a todos os participantes deste e do movimento de 2012, entre outros como a revisão do código de ética.

Reforço na segurança

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, informa que as tropas federais deslocadas à Bahia vão ser distribuídas em diversos municípios. Feira de Santana, Vitória da Conquista e Juazeiro, além de Salvador, também vivem mobilização da categoria. Cardozo aponta que as tropas são compostas por policiais militares, civis, bombeiros e peritos

A presidente Dilma autorizou o emprego das Forças Armadas na segurança pública por conta da diminuição do efetivo de PM nas cidades. Militares do Exército já são vistos nas ruas de Salvador. A PM informou que 85 viaturas, com 202 policiais, estão em atividade.

Greve de 2012

Marco Prisco foi o líder do movimento grevista de 2012, que durou 12 dias. Ele foi preso depois de um cerco do prédio da Assembleia Legislativa, onde os policiais acamparam, pelas tropas federais. No total, foram 12 mandados de prisão expedidos, motivados por conversas gravadas, reveladas pelo Jornal Nacional, que mostraram acertos para realização de ações de vandalismo em Salvador. No período, o aumento no número de homicídios foi de mais de 100%. Na ocasião, eles pediam o pagamento da Gratificação da Atividade Militar (GAP) 4 e a 5, além da não punição administrativa. Em outubro, Prisco foi o quarto vereador mais votado na capital baiana, eleito pelo PSDB. (G1)