Rebeldes do Sudão do Sul mataram pelo menos 353 civis em abril do ano passado, incluindo pessoas que se refugiavam em uma mesquita, um hospital e uma base das Nações Unidas, informaram hoje (9) investigadores da ONU.

Este é o primeiro relatório sobre dois incidentes que mostraram abusos e atrocidades cometidos durante a guerra civil, que já dura um ano, na mais jovem nação do mundo.

A ONU alertou para o fato de, nove meses depois dos incidentes, "nenhum agressor ter sido responsabilizado".

No ataque de 15 de abril na cidade de Bentiu, guerrilhas que apoiam o líder rebelde Riek Machar mataram pelo menos 287 civis que se refugiavam em uma mesquita, muitos deles comerciantes e as suas famílias da região do Darfur.

Nesse dia, mais 19 civis foram mortos no hospital da cidade, acrescentaram os investigadores da ONU.

Os rebeldes também fizeram apelos na rádio para que grupos fossem expulsos da cidade e para que os homens violassem as mulheres da tribo rival.

Dois dias depois, em 17 de abril, na cidade de Bor, uma gangue de homens armados entrou em uma base da ONU, para onde centenas de civis tinham fugido em busca de proteção.

"O grupo entrou à força no local protegido e iniciou uma série de assassinatos, saques e sequestros", diz o relatório, acrescentando que o ataque causou a morte de 47 pessoas e tudo indica que foi "planejado com antecedência".

Pelo menos 353 civis morreram e 250 ficaram feridos nos dois ataques, de acordo com a ONU.

Não há um número total de mortes registrado – nem por parte do governo do Sudão, nem pelos rebeldes ou pelas Nações Unidas – apesar de o International Crisis Group estimar que pelo menos 50 mil pessoas tenham sido mortas. As informações são da Agência Brasil.