Guilherme Longo participou de reconstituição do desaparecimento de Joaquim na sexta-feira (22)

O padrasto do menino Joaquim Ponte Marques, o técnico em TI Guilherme Longo, deve prestar novo depoimento à polícia nesta terça-feira (26), na Delegacia de Investigações Gerais (DIG) deRibeirão Preto (SP). A decisão do delgado Paulo Henrique Martins de Castro de ouvir Longo novamente aconteceu porque a mãe do garoto, a psicóloga Natália Ponte, disse pela primeira vez à polícia que acredita que o marido pode ter matado a criança.

Principal suspeito do crime, Longo permanece preso na Delegacia Seccional de Barretos (SP) há 16 dias, desde que o corpo de Joaquim foi encontrado boiando no Rio Pardo. A expectativa é que ele seja levado de Barretos para Ribeirão ainda durante a manhã de terça-feira.

Natália também está presa, mas na cadeia feminina de Franca (SP). O casal deve continuar detido, pelo menos, até o dia 10 de dezembro, quando vence o prazo da prisão temporária por 30 dias, expedida pela Justiça. Eles alegam inocência.

Durante o último depoimento de Natália, no dia 18 de novembro, o delegado perguntou à psicóloga se, diante de todos os fatos – de que o marido era ciumento e agressivo -, ela acreditava que Longo pudesse ser o autor do homicídio que vitimou Joaquim. À polícia, a mãe do garoto confirmou que o marido possa ter matado o filho.

O promotor Marcus Túlio Nicolino disse que a declaração é importante para ajudar a polícia a elucidar o caso.

Segundo Nicolino, a acusação de Natália esclarece a motivação do crime, já que ela descreve Longo como uma pessoa ciumenta em relação a Joaquim. No entanto, o promotor afirma que o Ministério Público e a Polícia Civil ainda precisam obter mais informações sobre a forma como a criança foi morta.

Nicolino afirma, no entanto, que Natália também pode ser responsabilizada pela morte do filho, uma vez que conhecia o perfil de Longo e, na explicação do promotor, acabou expondo o menino a uma pessoa com "histórico violento". “Se o menino corria perigo, ela pode ser responsabilizada por omissão", disse.

Promotor Marcus Túlio Nicolino diz que precisa de mais provas sobre como Joaquim foi morto

Investigação

Ainda nesta terça-feira devem ser ouvidos os dois policiais militares que foram os primeiros a chegar à casa da família, após a PM ser informada sobre sumiço do garoto, na manhã de 5 de novembro. Os agentes não se apresentaram na DIG na segunda-feira (25), conforme estava previsto, porque a intimação só foi expedida no final da tarde.

Até o fim da semana, Castro também espera receber o resultado dos testes toxicológicos feitos nos órgãos e no sangue da criança. O exame foi solicitado porque o laudo inicial apontou que as únicas lesões encontradas na pele foram em decorrência dos dias em que o corpo foi arrastado pelo rio. Além disso, não foi encontrada água nos pulmões de Joaquim, o que indica que não houve morte por afogamento.

O delegado também aguarda o relatório completo das ligações telefônicas recebidas e efetuadas pela mãe do garoto, a psicóloga Natália Ponte, e pelo padrasto, o técnico em TI Guilherme Longo, e por outros dois familiares próximos ao casal. As bilhetagens devem ser entregues ainda esta semana. Castro também solicitou a quebra do sigilo telefônico de outras pessoas ligadas à família, mas ainda não recebeu a decisão da Justiça sobre o pedido.

Joaquim, de 3 anos, desapareceu no dia 5 de novembro da casa onde morava com a mãe e o padrasto em Ribeirão Preto

O caso

Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, desapareceu de dentro de casa, em Ribeirão Preto (SP), na madrugada de 5 de novembro. O corpo foi encontrado cinco dias depois, boiando no Rio Pardo. Ele foi enterrado na segunda-feira (11), em São Joaquim da Barra (SP), cidade natal da mãe.

A mãe e o padrasto estão presos temporariamente, considerados suspeitos de envolvimento no sumiço e na morte da criança. No dia 18 de novembro, a Justiça negou o pedido de revogação da prisão de Longo, que entrou com pedido de habeas corpus junto ao Tribunal de Justiça de São Paulo.

A polícia suspeita que Joaquim, que era diabético, tenha recebido uma alta dosagem de insulina, e que teria o levado à morte. O promotor que acompanha o caso afirmou que a polícia e o Ministério Público continuam trabalhando com "a linha de que o assassino estava dentro da casa". Segundo o Instituto Médico Legal (IML), porém, não é possível determinar a causa da morte da criança.

As informações são do G1.