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A polícia procura os cinco suspeitos de participar da morte do garoto Yure Conceição Machado, 2 anos, atingido com um tiro na cabeça enquanto brincava na porta de casa no Brongo, IAPI. Familiares da criança e vizinhos atribuíram o crime a um traficante conhecido como Caveirão.

Segundo informações da polícia, por volta de 13h30, quatro homens trocaram tiros na Rua Antônio Balbino e um dos disparos acertou a criança. Ela foi levada com vida para o Hospital Ernesto Simões Filho, no Pau Miúdo, mas morreu 10 minutos após dar entrada na emergência.

O pai, que trabalha com montagem de estruturas metálicas, estava viajando, e só soube da notícia no final da tarde.

“Estamos trabalhando com cinco suspeitos. Vamos ouvir a mãe e outras testemunhas no sábado (amanhã). A criança não era o alvo, foi atingida por fatalidade. Estamos trabalhando para localizar os suspeitos”, disse o delegado Sérgio Schlang, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pelo caso.

Segundo ele, estojos de munição de pistola calibre ponto 40 foram encontrados no local. Por volta das 17h, cerca de 30 pessoas, entre parentes e vizinhos do garoto, queimaram galhos de árvores e entulho em um protesto contra a violência no bairro e exigindo justiça após a morte do garoto.

O grupo bloqueou a 1ª Travessa Conde Porto Alegre. Policiais militares da 37ª Companhia Independete da PM (Liberdade) acompanharam a manifestação e conseguiram liberar a pista no início da noite. Durante a negociação entre a PM e os manifestantes, um dos tios da vítima acusou um policial de agressão.

Por volta das 17h50, aos gritos de “trabalhadores não, polícia é pra ladrão”, o grupo cercou policiais que faziam uma abordagem a um adolescente de 17 anos, que estava na manifestação.

Segundo testemunhas, o policial apontou a arma para a cabeça do jovem. Questionada, a assessoria da PM informou, através de nota, “que o protesto transcorreu de forma pacífica” e que “denúncias de abuso ou violência policial” devem ser encaminhadas aos postos da Ouvidoria ou pelo 0800 284 0011.

“A população ajudaria mais denunciando pelo telefone do que fazendo protestos”, disse Schlang. Segundo moradores e parentes da família da criança, existe uma facção de traficantes na localidade chamada Floresta, que realiza constantes ataques a moradores para intimidá-los.

“As pessoas estão vendendo suas casas e saindo daqui. É uma guerra entre eles e a polícia e sobra pra gente”, disse uma moradora do local.

Ainda segundo moradores que não quiseram ser identificados, uma casa já foi incendiada, um carro depredado e três moradores já foram mortos nos últimos meses nas mesmas circunstâncias que a criança. Segundo a PM, o policiamento no bairro é realizado pela 37ª CIPM com o apoio da Rondesp. *Correio