A Polícia Civil vai intimar para depor os responsáveis pela indústria química Cristal (antiga Millenium), bem como os demais empresários que foram alvos de denúncias do ambientalista Ivo Barreto do Couto Filho, 48 anos. Ele foi assassinado, na tarde de quarta-feira, com quatro tiros na cabeça, em Nazaré, onde tinha um estacionamento.

Horas antes do crime, Ivo fez denúncias contra empresas em reunião da comissão de meio ambiente da Assembleia Legislativa da Bahia. O corpo de Ivo foi enterrado, ontem à tarde, no Cemitério Jardim da Saudade. “A prioridade são testemunhas que estavam no momento do crime, depois vamos ouvir as pessoas que a vítima litigava”, disse a delegada Mariana Ouais, da 3ª Delegacia de Homicídios (Baía da Todos os Santos), responsável pelo caso.

A Cristal informou, via assessoria de comunicação, que se posicionará somente quando for intimada. Ontem, a delegada ouviu a viúva Isabel Couto e um funcionário do estabelecimento, que presenciaram o crime.

Segundo a delegada, já há imagens de câmeras de segurança de estabelecimentos próximos ao estacionamento em que ocorreu o assassinato, mas ainda não foi possível visualizar o rosto dos suspeitos. Uma irmã de Ivo afirmou que, minutos antes do crime, um carro com dois homens passou lentamente na frente do estacionamento. “A gente não descarta nenhuma possibilidade. Ele era um ativista, lutava muito por conta disso, e era também empresário. É temerário afirmar qualquer coisa nesse primeiro momento. Todas as linhas vão ser investigadas”, completou a delegada.

Ontem, no enterro do ambientalista, a mãe e a viúva de Ivo precisaram ser amparadas por familiares. “A gente sempre falava para ele ter cuidado”, disse um sobrinho da vítima. Hoje, membros da comissão de meio ambiente se reúnem com o secretário de Segurança Pública, Maurício Barbosa. Ivo deixa ainda uma filha de 15 anos.

*Correio da Bahia