O prefeito ACM Neto anunciou durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 09, que a partir do próximo domingo, 15, a Agência Reguladora dos Serviços Públicos de Salvador (Arsal) fará a regulação e fiscalização do sistema de abastecimento de água e esgoto do município, atuando de maneira independente e regulamentando ações da Embasa.

Durante a coletiva o prefeito apresentou um estudo feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) sobre as realizações da empresa até 2013. "Ninguém está falando em privatização de nada, nem tirar concessão da Embasa. O que vamos fazer é exercer um poder de cobrança para que a Embasa cumpra seu papel", falou.

De acordo com a pesquisa, mais de 200 mil soteropolitanos não têm acesso a água tratada e mais de 560 mil não têm acesso a uma rede de esgoto. E, ainda, que o equivalente a 38 piscinas olímpicas de esgoto são lançados na natureza, sem tratamento, todos os dias.

Em uma comparação do serviço de saneamento básico de Salvador com o de outras cidades do país, o nível de perda de água da capital baiana em 2012 equivaleu a 45,8%, ficando acima da média nacional (36,9%).

Segundo a Prefeitura, o município perdeu R$198 milhões, valor 14 vezes superior ao do investido em água (R$13,7 milhões) e o que significaria o desperdício de uma caixa d'água por habitante ao dia, em torno de 150 litros.

Além dos dados relacionados ao desperdício, a Embasa também foi criticada por prejudicar as obras de infra-estrutura da cidade. “Em agosto do ano passado, apresentamos à Embasa a relação das vias que seriam recapeadas para que eles pudessem fazer serviços necessários antes de realizarmos a obra. Eles não deram importância e fizeram os serviços após as obras, sem efetuar os reparos com qualidade", afirmou o secretário de Infra-estrutura e Defesa Civil, Paulo Fontana.

Em nota, a Embasa acusou a criação da Arsal um ato ilegal, por se tratar de um serviço integrado de abastecimento de água, ou seja, o órgão metropolitano, composto por todos os municípios integrantes da região metropolitana mais o estado, é quem pode definir o prestador regulador.

Redação Bahia no Ar