O publicitário Eduardo Tadeu Pinto Martins, 47 anos, morador do edifício onde o zelador Jezi Lopes Sousa, 63, trabalhava, foi flagrado pela polícia queimando os órgãos do homem na casa do pais. Ele teria usado um tambor para queimar as víceras, e uma churrasqueira da casa para a cabeça, pernas e tronco.

Eduardo e a esposa, Ieda da Silva Martins, que é advogada, foram presos suspeitos de matar o zelador nesta egunda-feira (2). O homem confessou o crime e afirmou que colocou o corpo de Jezi em uma mala e fugiu para casa do pai.

O zelado tinha sido visto pela última vez na tarde da sexta-feira (30), quando deixava o elevador do edifício em que trabalhava. O momento foi capturado pelas câmeras de segurança. Depois disso ele não é mais visto retornando ao elevador e nenhuma das outras 15 câmeras registraram ele passando pelas escadas, ou saindo do prédio.

O motivo do crime foi uma briga entre o autor e a vítima. O publicitário contou que as discussões começaram há dois anos porque o zelador furtava jornais de sua porta. O delegado Egídio Cobo classificou o publicitário de "maquiavélico" e falou sobre as desavenças que motivaram o crime. "Coisas banais, coisas de condomínio. Nem todos os condôminos aceitam a maneira de administrar".

A filha de Jezi, Sheyla Viana de Souza, 27, relatou em depoimento à polícia que um morador ouviu gritos de discussão e pedidos "para parar" vindo de um apartamento próximo. Pelo olho mágico, esse morador avistou o publicitário fechando a porta. A história é compatível com o horário em que o zelador foi visto pela última vez saindo do elevador.

No depoimento, Eduardo contou que encontrou com Jezi no corredor ao abrir a porta de seu apartamento e começaram a discutir. Eles entraram em luta corporal, mas zelador bateu com a cabeça na maçaneta e desmaiou. Ao constatar a morte, Eduardo puxou o corpo para dentro de sua casa e fechou a porta.

As câmeras mostram o homem entrando no elevador "arrastando uma mala escura e carregando um saco, ambos de grande porte, que demonstraram estarem bem pesadas, levando-se em consideração a dificuldade (…) ao arrastá-la", disse Sheyla à polícia.

Testemunhas dizem que o morador foi até a garagem. Pelas imagens, a mulher o ajuda a colocar a mala e o saco no carro do casal. Os dois saem no veículo e retornam.

A família registrou o desaparecimento do zelador no sábado. PMs foram até a casa de Eduardo no mesmo dia e ele contou que já havia discutido várias vezes com Jezi, "mas que ontem (sexta) nada havia acontecido". No local, os policiais encontraram sacos similares aos que aparecem nas imagens de segurança. Dentro deles havia roupas e tênis. No carro, eles acharam uma mala que continha somente roupas.

O casal inicialmente disse que saiu para levar as roupas para uma igreja, mas o local estava fechado. Em depoimento à polícia, Ieda manteve a versão, dizendo que o marido contou que a mala estaria cheia de roupas para doação a uma igreja. Ela negou qualquer participação no crime.

Na casa em Praia Grande onde o zelador foi encontrado morto, policiais encontraram pedaços do corpo espalhados em sacos plásticos. Alguns ele tentou queimar e outros enterrar.