O Sindicato dos Rodoviários solicitou ao Comando da Polícia Militar reforço no esquema de segurança no final de linha do bairro Tancredo Neves, onde cinco ônibus foram incendiados na tarde desta quinta-feira (8). Uma operação policial que culminou com a morte do líder do tráfico na região, Adailton Matos de Brito, 30 anos, o Sassá, foi o estopim para que um grupo de cerca de 15 homens comparsas do traficante jogasse gasolina e ateasse fogo nos coletivos.

Um veículo da empresa São Cristovão, dois da Barramar, um da Central e outro da BTU, além de uma moto de um rodoviário, foram destruídos pelas chamas. Uma sapataria também foi atingida. À noite, um suspeito de participar da quema dos ônibus foi morto em uma troca de tiros com policiais da Rondesp, na Baixinha do Santo Antônio.

A PM teria garantido colocar policiamento no local, mas, segundo o sindicato, até a manhã desta sexta-feira (9) a avaliação dos trabalhadores é a de que não havia condições de levar os ônibus até o ponto final em segurança. Os ônibus estão fazendo o retorno no Condomínio Arvoredo, a cerca de um quilômetro do final de linha.

“No momento em que houver condições de segurança, os ônibus voltam o cumprir o roteiro até o final de linha”, diz o diretor de imprensa do sindicato, Daniel Mota.

O sindicalista não descarta, no entanto, o recolhimento dos ônibus às garagens caso ocorram novos conflitos. “Os trabalhadores pedem equipamento de segurança permanente nesse e em outros finais de linha para que possam cumprir suas atividades com tranquilidade”, afirma.

Operação
A localidade da Lajinha, na Engomadeira, foi ocupada por 310 policiais na manhã de ontem. A facção liderada por Sássá, Três de Ouros do Baralho do Crime, tem vinculação com a organização criminosa Comando da Paz, de acordo com o Ministério Público do Estado da Bahia (MPE). Ele morreu pouco depois de ser socorrido pela polícia ao Hospital Geral Roberto Santos, no Cabula. Durante a ação, uma agente do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) foi baleada de raspão na coxa.

Sassá estava escondido em uma casa de uma das travessas da 25 de Dezembro. Ele fugiu, seguido por uma guarnição, até chegar à localidade do Canal. De acordo com os policiais, Sassá estava com uma pistola e correu atirando. Ele acabou baleado nas nádegas, perna esquerda, abdômen e costas, segundo informações do posto policial do Hospital Geral Roberto Santos.

Além de Sassá, a polícia estava no encalço do irmão dele, Alexandro Matos de Brito, o Lequinho, e os comparsas Cebola, Bahia e Inho. Os alvos da operação eram traficantes também autores de homicídios na região.

Por meio de denúncias e interrogatórios de suspeitos, a polícia chegou até a casa de Leandro Arueira dos Santos, na 1ª Travessa 25 de Dezembro, onde funcionava um centro de distribuição da facção.

No imóvel foram encontrados tesouras, celulares, facas, vários sacos plásticos para embalagem, quatro balanças de precisão, nove potes de fermento em pó (para misturar à droga), cadernos de anotações com parte da movimentação da quadrilha, além de 1.400 balinhas de maconha para venda, 241 pedras de crack, 1.400 papelotes de cocaína, além de certa quantidade a granel de cocaína e maconha.

Entre os presos na operação, estão Leandro Arueira dos Santos, Leandro Pereira de Souza, Mariana Barbosa Leal, Leonardo da Silva Matos, um rapaz de prenome Jéferson e outro chamado Ninho.

As equipes de policiais cumpriram 10 dos 14 mandados de prisão expedidos, além de 21 de busca e apreensão — segundo o MPE. A operação é resultado de força-tarefa desenvolvida em conjunto pelo MPE, Secretaria da Segurança Pública (SSP), e polícias Federal, Militar e Civil. *Correio