O Secretário Nacional de Futebol do Ministério do Esporte, Antônio Nascimento Filho, fez duras críticas, nesta quarta-feira, aos valores dos ingressos cobrados nas novas arenas brasileiras, que foram reformadas ou construídas para a Copa das Confederações. Segundo ele, que também culpou os clubes, os administradores apresentam uma certa “ganância” e será preciso bom senso para manter o bom número de torcedores nos jogos do Campeonato Brasileiro.

Marcelo BaltarAntônio Nascimento, secretário Nacional do Futebol

– Estão querendo ganhar muito na bilheteria. Os administradores têm ganância. Temos que estudar o que podemos fazer. O problema também é dos clubes. Lembram que os clássicos no Engenhão eram vazios? Era a tática dos clubes para fazer com que as pessoas buscassem ser sócios torcedores. A ideia é de você gastar dentro do complexo. Se eu gasto R$50 de ingresso, posso gastar R$ 200 lá dentro. Isso acontece na Europa. Chego duas horas antes e almoço. Ainda não se tem essa estrutura. Hoje, deve prevalecer o bom senso. Mesmo assim, devemos destacar o público nas novas arenas. Não sabemos se isso se manterá. Por isso, é legal que esses estádios criem outros atrativos. Só jogo de futebol não segura esses estádios – disse ele, que participou do seminário de Gestão Esportiva da Fundação Getúlio Vargas.

Um dos fatores que podem fazer os clubes diminuírem o valor cobrado nos ingressos é a projeto proposto por Antônio Nascimento Filho para o governo perdoar as dividas em troca de projetos sociais. A intenção é "trocar" o débito por inclusão de comunidades carentes em projetos sociais.

– É uma alteração da Lei Pelé. Estamos negociando com a Fazenda Federal.

Além disso, o secretário ainda falou do projeto para alterar o Estatuto do Torcedor e deixar com os estados e municípios o dever de proibir ou não a venda de bebidas alcoolicas dentro dos estádios.

– Acho uma grande besteira (proibição). O que é melhor o cara gastar um dinheiro lá fora com cachaça ou dentro do estádio com cerveja? Não consigo entender isso. Todo jogo no Engenhão é assim. A maioria entra momentos antes e acaba prejudicando o acesso. A briga não é dentro do estádio, é fora. Isso é uma forma de o clube ganhar dinheiro. Na Inglaterra é assim. A regulamentação sai até o fim do ano. Hoje o Estatuto do Torcedor leva o Ministério Público a proibir. O que vamos dizer é que passe a ser decisão dos Estados e Municípios a proibição.

GloboEsporte*