Foto: Nina Lima. Bruna Marquezine durantes as gravações de 'Em Família'

Bruna, Helena e Luiza. A primeira é atriz. Aos 18 anos, agora separada do jogador Neymar, diz para quem quiser ouvir: “É o meu melhor momento profissional”. Essa percepção, ela endossa, está completamente relacionada aos dois nomes seguintes, personagens marcantes de “Em família” defendidas por ela. Numa troca corriqueira entre ficção e realidade, as três eventualmente se confundem.

— A essência delas (Helena e Luiza) é muito parecida. São duas meninas que dão muito valor a liberdade. Eu sou muito intensa, eu defendo muito ao que eu acredito. E eu dou muito valor a minha liberdade, aos meus princípios. As personagem têm muito isso, talvez de uma maneira mais forte — conta Bruna, que exemplifica :

— Às vezes eu faço algumas cenas em que tenho que me referir a alguma coisa do passado e eu tenho uma memória emocional muito forte, que Luiza não pode ter. Isso ainda está na minha cabeça como Helena.

Após terminar as gravações como a jovem Helena, ela viajou para Viena, carregando Luiza na bagagem, tendo Jayme Monjardim e Manoel Carlos — autor que a revelou em “Mulheres apaixonadas”, de 2003 — como guias. O primeiro capítulo trouxe uma cena ousada. Nela, após deixar a toalha de banho cair diante de Fernando (Antônio Saboia), Helena tapa os seios com as mãos. A imagem repercutiu em sites internacionais, interessados em tudo sobre Neymar.

— Fiquei tímida na hora, mas foi tranquilo. Foi fácil, e eu confesso que eu tive uma colher de chá. Era um corredor e nós temos duas mulheres câmeras, então o corredor foi cercado por elas. Sou tímida, travo mesmo nessas cenas, mas eu tenho que estar disponível — pondera Bruna, que, antes, havia interpretado a sensual Lurdinha de “Salve Jorge”.

A terceira fase, por sua vez, resgata as feridas do passado da personagem. Ao mesmo tempo em que a mãe quer esquecê-lo, Luiza não se intimida em vasculhá-lo. O conflito entre as duas é inevitável, ainda mais com a aproximação entre Laerte (Gabriel Braga Nunes) e a jovem:

— Luiza se encanta pelo Laerte porque ele é uma pessoa encantadora, mexe com música. Mas não é uma relação de paixão ainda. Luiza, como filha, se sente no direito de saber o passado da mãe. Ela se sente mal de a família nunca ter compartilhado isso. Helena não quer que ela participe disse. Por isso elas vão bater tanto de frente.

Foto: Nina Lima.Julia Lenmertz e Bruna Marquezine: mãe e filha em “Em família”

As mães de Bruna Marquezine

Bruna Marquezine abraça Vanessa Gerbelli durante os ensaios de “Em família”. É a primeira vez, enfim, que elas contracenam após o sucesso de “Mulheres apaixonadas”. Sua atual mãe na ficção, Julia Lemmertz vê e resmunga — uma brincadeira, cena de “ciúme”, logo aplacada. O olhar de uma para a outra, Bruna e Julia, não mostra outra coisa senão carinho.

— Quando a gente descobriu que iria fazer a novela juntas, a gente tentou ao máximo se conhecer. Eu almocei na casa dela, saí para tomar sorvete, fomos à livraria. Conversamos, sem ser em relação às personagem. Temos uma afinidade muito grande. Falo que ela é minha mãe, ela fala que eu sou filha dela. Hoje eu posso dizer que eu amo ela — declara-se Bruna, que conta sobre a relação com sua mãe na vida real: — Eu sou muito parecida com a minha mãe e a gente bate muito de frente. Às vezes, porque pensamos parecido. E isso acontece entre a Helena e a Luiza.

Neide, mãe da atriz, sempre foi a primeira espectadora da filha. “Em família”, e também os 18 anos da atriz, completados em agosto, marcam de certa forma um novo momento dessa relação.

— Ela sempre me ajudou muito. Mas acho que chegou um momento em que sinto que ela preferiu me dar espaço para fazer sozinha. A minha mãe chorou todos os dias da novela, porque ela não viu nada e eu não passei nenhum texto — conta a atriz, que completa: — Fazer 18 anos foi melhor para minha mãe do que para mim. Ter ela aqui era muito bom. Ter colo, alguém para ajudar a fazer as coisa, para perguntar. Para ela era chato. Ficar aqui o dia inteiro, sentada. É bom porque eu preciso amadurecer e me virar sozinha e deixar de ser tão insegura. As pessoas precisam passar por isso.

*Extra