Um jogo entre times que têm grandes sonhos e muitas ambições para a reta final da temporada. É o que prometem Bahia e Cruzeiro para esta quarta-feira. É bem verdade que o Tricolor está devendo boas atuações nas últimas rodadas, mas o bom começo de campeonato ainda está vivo na cabeça do fanático torcedor baiano, que espera vitórias sobre a Raposa e o Fluminense, no próximo sábado, para colar no G4 e não mais sair da parte de cima da tabela. Os planos cruzeirenses são um pouco maiores. Uma vitória na Arena Fonte Nova, em Salvador, na partida que começa às 21h50m (de Brasília), dará ao time o título simbólico de campeão do primeiro turno, já que não poderia ser mais alcançado por ninguém até o fim desta fase. Este fato em si não quer dizer muita coisa, mas o upgrade psicológico que o time terá com ele pode ser refletido num futebol ainda mais bonito.

O Bahia tentará apagar a má impressão deixada no último fim de semana, quando a equipe foi goleada pela então vice-lanterna Portuguesa, com direito a três gols sofridos em sete minutos. A missão, no entanto, não é fácil. O Tricolor sabe que terá pela frente o Cruzeiro, líder do Campeonato Brasileiro e equipe com melhor desempenho ofensivo da competição. Para tentar conquistar os três pontos, o time baiano aposta no poder da Fonte Nova e na solidez da defesa, que, apesar de ter sido amplamente vazada na rodada passada, não costuma levar muitos gols.

O Cruzeiro quer aproveitar o mau momento do Bahia, que já frequentou o G4 este ano, mas só conquistou quatro dos últimos 18 pontos que disputou. Mesmo jogando na Arena Fonte Nova, a promessa é de uma equipe ofensiva, já que, quando atua recuado, o time não costuma se dar bem. O exemplo da eliminação para o Flamengo na Copa do Brasil ainda está vivo na memória de todos no clube. O garoto Lucas Silva, que fez dois golaços contra o Vasco e teve excelente atuação, é titular mais uma vez. Ele vai jogar ao lado de Henrique, que, recuperado de uma cirurgia no púbis, ainda busca melhores condicionamento físico e ritmo de jogo.
A TV Globo mostra o duelo entre baianos e mineiros para o estado de Minas Gerais. A partida ainda será transmitida para todo o Brasil pelo Premiere FC 4, por meio do sistema pay per view. O GLOBOESPORTE.COM acompanha tudo, a partir das 21h20m, em Tempo Real e com vídeos exclusivos.

Escalações


Bahia: O técnico Cristóvão Borges tem apenas uma dúvida para escalar o time que vai a campo nesta quarta-feira. No último fim de semana, o volante Rafael Miranda reclamou de dores musculares e saiu de campo no início do primeiro tempo do duelo contra a Portuguesa. O jogador passou por exames de imagem, está liberado pelo departamento médico, mas pode ser poupado pelo treinador tricolor. O Bahia deve ser escalado com Marcelo Lomba; Madson, Titi, Lucas Fonseca e Raul; Fahel, Diones (Rafael Miranda), Hélder e Marquinhos; Wallyson e Fernandão.

Cruzeiro: Marcelo Oliveira costuma divulgar a escalação do Cruzeiro com antecedência. Nesta terça-feira, em Salvador, porém, ele fez diferente, ao não confirmar quem será o companheiro de Willian no ataque. Os experientes e tarimbados Borges e Júlio Baptista disputam a vaga. Marcelo garante que não é mistério e sim pura indecisão. Time para o jogo: Fábio; Ceará, Dedé, Bruno Rodrigo e Egídio; Lucas Silva, Henrique, Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart; Willian e Borges (Júlio Baptista).

Quem está de fora

Bahia: Desfalque durante toda a temporada, o lateral Ávine segue em São Paulo para tratar de um problema no joelho.

Cruzeiro: O único jogador suspenso é Dagoberto, que foi expulso no último jogo, contra o Vasco. Já a lista de desfalques do departamento médico é bem maior. Não jogam em Salvador o zagueiro Victorino, o lateral Everton, os volantes Nilton e Souza, o meia Élber e o atacante Luan.

Pendurados

Bahia: Anderson Talisca, Fernandão, Hélder, Jussandro, Rafael Miranda e Raul.
Cruzeiro: Dedé, Henrique, Leandro Guerreiro, Mayke, Souza, Tinga e Vinícius Araújo.

O árbitro

Paulo César de Oliveira (SP) apita o jogo, auxiliado por Luís Carlos Câmara Bezerra (RN) e Pedro Santos de Araújo (AL). O árbitro já atuou em seis partidas da Série A deste ano, sendo uma do Bahia (empate sem gols com o Vitória) e uma do Cruzeiro (derrota por 3 a 1 para o Grêmio). Ele tem média de 3,8 amarelos e aplicou dois cartões vermelhos. Assinalou dois pênaltis e marca 29,3 faltas a cada jogo. O campeonato tem média de 4,3 cartões amarelos e 0,3 cartão vermelho por jogo. Além disso, são 34,2 faltas e 0,2 pênalti por confronto.


Estatísticas

Bahia: Para tentar surpreender o líder, o Bahia vai precisar de marcar forte. Mas terá que tomar cuidado, já que aparece em primeiro entre os time que mais cometem falta no Brasileirão (20,4 por jogo). Nas roubadas de bola, o Tricolor Baiano é somente o 14º, com média de 12,8 por partida.

Cruzeiro: A supremacia do Cruzeiro sobre o Bahia é impressionante. A Raposa não sabe o que é perder para o Bahia desde 1995, quando caiu por 2 a 1 na Fonte Nova. De lá pra cá foram 12 confrontos, com dez vitórias dos mineiros e dois empates. A diferença de gols no duelo também é gigante em favor do time de Belo Horizonte: 72 x 35. A equipe de Marcelo Oliveira tem o melhor ataque da competição até o momento com 38 bolas nas redes.


Na história

O Campeonato Brasileiro de 1986 foi disputado com uma fórmula confusa e bem diferente da usada hoje. Duas fases de grupos se arrastaram por cinco meses para definir os 16 classificados para as oitavas de final. Bahia e Cruzeiro caíram na mesma chave nas duas etapas e se enfrentaram três vezes. No dia 26 de outubro, num jogo disputado sob muita chuva, o Tricolor fez 1 a 0 na Raposa, gol do atacante Cláudio Adão. O Bahia terminou a competição em quinto lugar e o Cruzeiro em oitavo. No ano seguinte, Cláudio Adão disputou o Brasileirão pelo time mineiro e foi o artilheiro da equipe. *G1