"Ele é sádico, gosta de ver o sofrimento dos outros", disse Mariana Azevedo.

Após se deparar com a repercussão do caso em que um médico foi atropelado por um motorista de ônibus, em Lauro de Freitas, a estudante de Comunicação, Mariana Azevedo, reconheceu o condutor do veículo como sendo o mesmo que ela denunciou por imprudência no trânsito dias antes do acidente com o ortopedista. O médico, a irmã e a esposa grávida foram atropelados no dia 14 de janeiro. O motorista suspeito de causar o acidente foi preso no dia 22.

A universitária conta que, no dia 7 de janeiro, presenciou o suspeito dirigindo em pé um ônibus da linha Terminal da França-Kartódromo, entre Salvador e Lauro de Freitas, cidades vizinhas. A queixa foi aberta na ouvidoria da Agerba (Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações do Estado), que fiscaliza e regulamenta o transporte.

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"Peguei o ônibus por volta das 20h45, com cerca de cinco ou seis pessoas no 'carro'. Naquele dia, ele dirigiu em pé, passou a marcha com o pé, dava risada quando via que o pessoal estava muito irritado. Uma senhora pediu pra que ele fosse devagar e ele gritou dizendo que só queria se divertir", relatou.

Segundo o seu relato, após ter percebido que a estudante estava irritada com o fato, o motorista do veículo chegou a dizer que ela poderia denunciar o caso à Agerba, que "nada aconteceria". Ela conta que procurou um fiscal da empresa de ônibus Via Nova e depois registrou a ocorrência na Ageba, no dia 9 de janeiro.

Mariana Azevedo divulgou o caso em seu perfil no Facebook

A Agerba informa que a ocorrência foi apurada e, no dia 24 de janeiro, a empresa foi notificada e a jovem recebeu por e-mail a informação de que o caso foi finalizado. A Agência apontou que o motorista foi ouvido e discordou da versão apresentada pela jovem.

Ainda de acordo com a Agerba, a fiscalização não presenciou as irregularidades citadas pela usuária, mas foi exigida da empresa que esclarecimentos fossem prestados. O órgão ainda informou que a fiscalização foi intensificada e informou que o comportamento inadequado de motoristas é previsto como infração e cabível de punição.

De acordo com a empresa Via Nova, por conta das divergências de depoimentos, o motorista não sofreu sanções. Em nota, a concessionária disse que "apurou os fatos e prestou os esclarecimentos necessários à Agerba". Mariana Azevedo explicou que, depois de ter tomado conhecimento do caso, irá procurar a delegacia de Lauro de Freitas para que o seu caso também seja apurado pela polícia.

Ela também divulgou a resposta da Agerba

"Cheguei a procurar o delegado no sábado (2), mas ele não estava. Não fiz antes porque pensei que somente a Agerba poderia ajudar. Pretendo procurar a delegacia para falar o que aconteceu e o que pode ser feito. O que eu puder participar para ajudar, vou fazer, com certeza", garantiu a jovem. "Eu desci do ônibus chorando. Eu lembro que uma senhora com dois filhos pediu pra ele ir devagar, e nada. Ele é sádico, gosta de ver o sofrimento dos outros", pontuou.

matéria original G1