Com a chegada das festas de fim de ano muita gente prefere pegar a estrada e viajar a ficar na própria cidade. Isso faz com que o número de carros aumente nas rodovias estaduais e federais ou mesmo nas pistas dentro das cidades grandes. A situação fica ainda pior quando os motoristas fazem a combinação que contribui consideravelmente para as estatísticas de acidentes no trânsito: direção e álcool.

Apesar de não serem poucas as campanhas que buscam alertar o motorista quanto a essa perigosa combinação, muitos desconsideram o conselho e consomem bebidas alcoólicas. Mesmo com a criação da Lei Seca, em novembro de 2010, muita gente continua dirigindo embriagada e provocando acidentes.

Até 2008, a média anual era de mais de 1,5 milhão de acidentes de trânsito no país. Esse número representava cerca de 400 mil e outros 35 mil mortos a cada ano. Estudos divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2007, apontavam o álcool como o principal responsável pela elevada taxa de mortalidade em todo o mundo, sendo que o Brasil despontava na pesquisa, apresentando a maior taxa.

Mesmo tendo conhecimento desses números, muitas pessoas não dispensam o consumo da cerveja quando estão dirigindo, principalmente no final de semana. Os postos de gasolina são o grande vilão da história e caminham na direção contrária do que pregam as propagandas educativas que tem como objetivo diminuir o número de acidentes por álcool.

O empresário Maurício Santos, dono de um posto de combustível de Camaçari, explica que vende bebida alcoólica em seu estabelecimento, mas não para consumo no local. “A gente não incentiva o consumo no posto. Até porque não temos estrutura para colocar mesas e cadeiras”, ressalta.

O instrutor de auto-escola, Valdeny de Jesus, também discorda da venda de bebida alcoólica nos postos. “Eu não concordo pelo fato de ser errado beber e dirigir ao mesmo tempo. Vender justamente no posto é uma coisa completamente errada”, pondera.

Estudos revelam que o uso do álcool provoca e reforça os comportamentos de transgressão, de agressividade e de risco no trânsito. Não apenas em Camaçari, mas em todo o país, é bastante comum que os postos de combustível comercializem bebidas alcoólicas. As lojas de conveniência instaladas dentro dos postos são uma boa fonte de renda para os empresários, mas se tornam uma tentação para quem vai abastecer o tanque. Um verdadeiro convite para o perigo.

Por Henrique da Mata