O duelo entre os líderes do Campeonato Baiano prometia. Invictos, Juazeirense e Vitória entraram em campo na noite desta quarta-feira, no Adauto Moraes, com o objetivo de manter as boas campanhas no estadual. Para o Rubro-Negro, havia mais em jogo: às vésperas de um Ba-Vi, o Leão lançava mão do time B para defender os 100% de aproveitamento no torneio. E a equipe deu conta do recado. O futebol apresentado não foi de encher os olhos, mas cumpriu o objetivo. E mais: com direito a virada.

O primeiro tempo da partida foi morno e teve apenas três chances de gols – aqui contabilizadas as oportunidades criadas pelos dois times. O Juazeirense abusou da marcação, e o Vitória, com problemas para criar as jogadas, apelou aos chutões. Na segunda etapa, um pouco mais de emoção: pênalti defendido e os tão esperados gols. Deon abriu o placar, e Luiz Gustavo e Jonathan Ferrari selaram o triunfo rubro-negro.

Com o resultado, o Vitória é líder isolado do grupo 1, com 9 pontos. Já o Juazeirense se mantém na 1ª posição do grupo 2, com quatro pontos, mesma pontuação do 2º colocado, o Bahia. No próximo domingo, às 17h, o Cancão de Fogo enfrenta o Galícia no estádio de Pituaçu. Já o Leão da Barra compõe o clássico Ba-Vi diante do Bahia, às 16h, na Arena Fonte Nova.

Vitória ameaça, mas é sufocado pela marcação – e pelo gramado

Pelo Vitória, era o time B em campo: em sua maioria, jovens jogadores formados pelas categorias de base do clube, que buscavam um lugar ao sol no time titular. Pela oportunidade que havia sido dada pelo técnico Ney Franco e pela invencibilidade do Leão no estadual, o time B começou jogando como time A. Mauri, então, iniciou a partida com vontade: foram dele as duas únicas oportunidades do Rubro-Negro, aos 12 e aos 16 minutos. Na última, uma chegada de surpresa, por trás dos zagueiros, que terminou em bola pela linha de fundo.

Mas o Vitória não contava com dois fatores importantes: o gramado em péssimas condições do Adauto Moraes e a marcação pesada do Juazeirense. A partir do meio do primeiro tempo, o Cancão de Fogo apertou e obrigou o visitante a fazer a velha ‘ligação direta’. Sem saída de bola e com a redonda quicando a cada lance, em um gramado extremamente irregular, a troca de passes virou uma lenda rubro-negra. Em seu lugar, os chutões se tornaram realidade. Com jogadas previsíveis, o Vitória contou com a sorte da falta de criatividade do time de Juazeiro, que teve apenas um desvio de cabeça de Deon para assustar o goleiro Wilson na primeira etapa. Para o segundo tempo, a esperança de mudanças no Leão eram poucas, já que Ney Franco já havia efetuado duas substituições: Neto Coruja, machucado, deu lugar a Mineiro; José Welison levou cartão amarelo e foi poupado para o Ba-Vi, substituído por Wellington.

Goleiros sob holofotes e zagueiros-artilheiros

No retorno do vestiário, as equipes chegaram com um pouco mais de gás. Mas não o suficiente para encantar pela qualidade do futebol apresentado. Apesar da falta de criatividade, Vitória e Juazeirense mostraram mais garra na briga pelos três pontos e conseguiram chegar ao ataque com mais facilidade. Apesar da atenção aos lances protagonizados pelos homens de frente, foram jogadores da defesa que tomaram conta dos holofotes. Pela boa atuação, Wilson se destacou: defendeu um pênalti duvidoso batido por Deon. O atacante, no entanto, se livrou do goleiro pouco depois da penalidade e abriu o placar aos 18 minutos.

Eis que a atenção se volta novamente aos atletas da retaguarda. Pelo Vitória, pontos positivos: após lances de bola parada, os zagueiros Luiz Gustavo e Jonathan Ferrari balançaram a rede. O primeiro marcou aos 30 minutos, após cobrança de escanteio – um cruzamento na medida certa feito por William Henrique. O segundo, instantes depois, aproveitou o rebote do goleiro Maikon depois de uma cobrança de falta do Rubro-Negro. E o lance do segundo gol rubro-negro se torna também destaque do setor defensivo, mas, desta vez, por pontos ruins: o rebote de Maikon, que não conseguiu segurar a bola, foi um daqueles lances que nenhum goleiro gosta de lembrar.

*G1