Em seu último Carnaval como chefe do Poder Executivo baiano, o governador Jaques Wagner (PT) mostrou confiança no “teste das urnas” em outubro para a continuidade do projeto petista no estado e exaltou a candidatura do secretário da Casa Civil, Rui Costa (PT), seu afilhado na chapa à sucessão estadual. Wagner também citou a influência do ex-presidente Lula (PT) e da presidente Dilma Rousseff (PT) na campanha do candidato. A definição do postulante a vice na composição de Rui, assunto que mais tem despertado interesse no campo governista sai antes do aniversário do governador em 15 de março.

“Novela tem oito meses, essa tem dois”, disse ele em tom bem-humorado, numa conversa com jornalistas no camarote oficial, circuito Osmar. Nesta data, o governador pretende sair da cidade, numa curta viagem de quatro dias com a primeira-dama Fátima Mendonça. Conforme deixou claro o condutor do processo, não foi batido o martelo sobre o nome para segunda posição da chapa.

“Sinceramente, tenho certa segurança, não tranquilidade em relação à sucessão eleitoral”, disse numa alusão à disputa. Wagner associou o “legado” do seu governo, como a “harmonia nas relações e nos poderes” e o “projeto” iniciado por Lula, como um fator que irá pesar na escolha do eleitor, além do perfil do candidato, que, segundo o próprio governador, “é melhor executivo” do que ele.

“A mudança dentro do ambiente da política e das relações dentro da Bahia, o grau de liberdade, de oxigenação entre a política, o empresariado e o trabalhador, isso eu acho extremamente positivo e é obvio que eu sempre destaco o foco no social com 200 mil casas entregues, 4 milhões de pessoas com acesso a água, 1, 8 milhão com acesso a saneamento básico, a conquista de universidades federais, cinco hospitais novos. Isso tudo sem tirar de vista que o social é geração de emprego e nós batemos todos os recordes nesse campo”, elencou. O governador citou pesquisas internas que mostram o seu governo com até 38% de ótimo a bom. “É uma avaliação consistente, diante do momento que estamos vivendo, após as manifestações de junho. Há um reconhecimento do trabalho feito”.

Segundo Wagner, a tendência é crescer a aceitação a Rui, por ele ser jovem aos 51 anos e ter sido o mais votado na coligação liderada pelo PT, nas eleições de 2010 para deputado federal. “Ele não sai do zero. Eu respeito toda campanha, mas acho que a gente chega bem”, acrescentou.

A indefinição no ambiente da oposição, entre o ex-governador Paulo Souto (DEM) e o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), foi comentada pelo governador, que negou a preferência por um determinado adversário. “É preciso saber se eles vão sair juntos. Qualquer preferência seria arrogância de minha parte”, frisou.

*Tribuna da Bahia