Candeias não é diferente. Considerada a sexta maior arrecadação do estado, o município vive o pior momento administrativo da história política. Depois de ser administrada por mais de 20 anos no comando de duas famílias, os Magalhães e os Maias, que no passado já foram aliadas e hoje são inimigas, a população tem uma expectativa de poder ver o seu município sendo comandado por um novo grupo político – a chamada terceira força.

Esta força estaria sendo formada por dissidentes de Tonha Magalhães e Maria Maia, recebendo o apoio do PT. Os nomes que aparecem até o momento são de pré-candidatos, sem nenhuma possibilidade de abrir mão de suas candidaturas em prol de Candeias.

Marcus Vinicius, que recentemente era secretário de planejamento, se colocou como pré-candidato pelo PSB, mas para isso, terá que enfrentar colega de partido além do deputado estadual Sargento Isidoro. Marcus já esteve no governo das duas poderosas; Tonha e Maria, mas entende que é hora de um modelo novo para governar Candeias. Ele tem grandes dificuldades de conseguir unir com os partidos em favor do seu nome.

Georgem Almeida, contabilista pré-candidato pelo PTdoB, é um nome leve, mas não pontua bem nas pesquisas e não tem força política para agregar lideranças em favor da candidatura. Ele filiou-se à um partido no município, comandado por Daluz, que é considerado um político ‘Águia’ – faz política em beneficio próprio. Há quem diga que Georgem será vendido sem sequer saber.

Jair Cardoso (PDT) que apoiou Maria Maia na última eleição, saiu candidato a deputado estadual em 2010, sendo o segundo mais votado com quase oito mil votos, afirmou que não abre mão de sua candidatura em hipótese nenhuma. Ele foi vereador pelo PT e atualmente é anti-petista no município.

O vereador Bobó (PHS), que já foi do grupo de Tonha Magalhães e passeou no governo de Maria Maia, preferiu fazer carreira solo, colocando-se como pré-candidato, mas encontra sérias dificuldades. Há quem diga que ele já chegou onde tinha que chegar, ou seja, o atual percentual em algumas pesquisas é o limite.

O PT, que apesar de ter rompido politicamente com Maria Maia, não se entende; começou com o nome de Loteba, vice-prefeito do município, sem conseguir decolar, apareceu outro nome – a vereadora Marivalda que mesmo aparecendo bem nas pesquisas, tem uma grande rejeição dos partidos políticos no município.

Aparece também o nome do sindicalista Robson Santana, que foi considerado uma candidatura nati-morta, ou seja, já nasceu morta.

Acompanhando de longe, lideranças estratégicas do PT no Estado enxergaram a possibilidade de ressuscitar o primeiro candidato a prefeito de Candeias pelo PT, Carlos Martins, secretário da Fazenda no Estado e natural do Distrito de Passé em Candeias.

O partido percebeu a fragilidade política do município. Sem ter nomes para competir com a ex-deputada Tonha Magalhães, ligada diretamente ao ex-senador César Borges e temendo perder as eleições no município para Tonha, o governo coloca em campo sua ‘tropa de choque’ pronta para contra-atacar e resolveu fazer uma operação denominada “candidatura goela baixo’’, determinando que o candidato do governo será único, com o apoio de todos os partidos aliados no Estado. Carlos Martins é homem de confiança do governador Jaques Wagner.

Revolta

Os partidos estão revoltados com a decisão do governo do Estado e afirmam que não vão aceitar imposição de ninguém, pois sequer conhecem Carlos Martins, que há 20 anos saiu de Candeias, mudando inclusive seu domicílio eleitoral para Salvador. “Está mais fácil uma aliança com Tonha. Não iremos aceitar isso em nenhuma hipótese”, garante um pré-candidato a prefeito.

Já outro deixou uma pergunta: “O que foi que o governo fez para impor nomes para prefeito no município?’’, questionou.