O número de denúncias de poluição sonora à Secretaria Municipal de Urbanismo (Sucom) diminuiu quase 30% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2014 – caindo de 29.299 para 21 mil reclamações. A redução na quantidade de reclamações é reflexo da mudança no gerenciamento das ações adotadas pelo órgão, que alterou a estratégia de combate ao problema e investiu na conscientização da população, apostando na atuação dos multiplicadores de educação nos bairros com maior incidência de queixas, afirma o secretário Silvio Pinheiro.

“Existem muitas denúncias de som alto em veículos e, às vezes, as equipes perdem tempo atrás desses infratores, porque eles se comunicam por meio de aplicativos de telefonia móvel, e, quando a Sucom chega ao local, não encontra mais ninguém. Continuamos dando atenção especial à emissão de som alto nos carros, mas também passamos a vistoriar com mais constância os estabelecimentos comerciais, onde, também, alguns veículos ficam estacionados”. A intenção, segundo Pinheiro, é orientar os proprietários de casas de shows e bares sobre a legislação municipal e as sanções que podem ser adotadas em caso de descumprimento.

Nas ações, os estabelecimentos são notificados para colocar adesivos informativos sobre a proibição de sons, de acordo com a coordenadora de Fiscalização Ambiental da Sucom, Vânia Coelho. “Uma única fonte sonora em local fixo incomoda muito mais gente do que um carro que fica parado 30 minutos”, ressalta Vânia.

Além de atuar de forma mais estratégica, com investigação e ações mais organizadas, agentes da secretaria ministram cursos e palestras em comunidades da cidade. O objetivo desse trabalho nos bairros é formar multiplicadores para educação ambiental e levar informações para que as pessoas possam orientar seus vizinhos sobre os malefícios causados pela poluição sonora. Desde de janeiro, a Sucom já realizou 43 ações educativas em igrejas, escolas, associações de entidades civis e de moradores.

Apesar das mudanças, a coordenadora de Fiscalização Ambiental da Sucom salienta que as ações voltadas para combater a poluição sonora gerada por carros permanecem, com equipes trabalhando diariamente, inclusive nos finais de semana. Até o momento, foram realizadas 4.800 operações de fiscalização em toda cidade. No ranking de denúncias, os bairros de Itapuã, Periperi, Pituba, Pernambués e Boca do Rio seguem no topo da lista.

De acordo com a Lei Municipal 5.354/98, os níveis máximos de som e ruído em Salvador são de 60 decibéis(dB), entre 22h e 7h, e 70 dB das 7h às 22h. Denúncias de poluição sonora devem ser direcionadas à Sucom, pelo telefone 3202-9660. O serviço funciona 24 horas, todos os dias da semana.