O primeiro peixe-boi reintroduzido na natureza, em 1994, está sob medidas protetivas do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho. O objetivo é evitar que o Astro seja afetado pelas manchas de óleo que atingem o litoral nordestino, inclusive, um plano para retirar o animal do seu habitat está articulado, caso a situação se agrave.

Segundo informações do G1, o monitoramento diário é feito pelo projeto da Fundação Mamíferos Aquáticos, através do equipamento de radiotelemetria. O mamífero, que vive entre os litorais de Sergipe e da Bahia e já lutava para sobreviver em meio aos atropelamentos de embarcações e interações com turistas, tem um chip implantado e sua história é considerada importante nos esforços de conservação do peixe-boi marinho.

“Com o monitoramento acompanhamos o cenário e tudo o que está ocorrendo. Nós observamos se existe óleo no animal, nas áreas de alimentação e na região onde ele bebe água. Em campo também temos uma equipe que faz esse monitoramento”, explicou ao G1 o técnico ambiental do projeto Viva o Peixe-Boi, Allan Barreto.

De acordo com o pesquisador João Carlos Gomes, em entrevista à BBC News Brasil, a aderência do óleo em regiões como boca, narinas e nas cavidades causa obstruções, e os animais morrem por não conseguirem respirar ou comer.

O coordenador do projeto destacou também que o mamífero não foi atingido pela substância, porém, o equipamento que está acoplado nele, sim. Os resíduos chegaram também à área de alimentação do animal. Por causa disso, já existe uma estratégia para deslocar o Astro, que será levado para “uma piscina que fica às margens do rio Real, também na divisa entre Sergipe e Bahia”, revelou Allan Barreto.

Sobre o Astro

Quando ainda era filhote, em 1991, o Astro encalhou no Ceará. O mamífero precisou ir para a reabilitação, onde ficou por três anos. Só em 1994, o animal foi reintroduzido na praia de Paripueira, em Alagoas.

No passado, segundo o pesquisador João Gomes, os peixes-boi foram caçados e houve uma significativa redução da espécie. Presentemente, os animais vivem sob vários fatores de ameaças, que vão desde os atropelamentos com embarcações motorizadas até a perda do habitat.

O primeiro peixe-boi reintroduzido na natureza migrou para o litoral de Sergipe e começou a reutilizar o local. O nome de Astro é simbólico em vários aspectos, principalmente por trazer uma interação com as pessoas.

Em 25 anos de vida, o Astro já passou por muitos acidentes que quase o mataram. No total, foram notificados 13 atropelamentos por embarcações motorizadas, desde 2001.

O animal passou a ser acompanhado pela equipe do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho, que prestou atendimento clínico e iniciou o tratamento das feridas.

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