Nesta quarta-feira (29), o Parlamento Europeu ratificou os termos da saída do Reino Unido da União Europeia (UE); esse era o último passo que faltava para a formalização do Brexit. A saída britânica acontecerá oficialmente sexta-feira (31), três anos e meio após os eleitores do país tomarem essa decisão através de um referendo.
Durante a sessão, os deputados britânicos no Parlamento Europeu proferiram os últimos discursos, tendo em vista que eles terão de deixar seus respectivos cargos. Os parlamentares favoráveis ao Brexit ergueram bandeiras do Reino Unido. Já os opositores, levantaram símbolos da União Europeia.
O acordo foi aprovado com 621 votos a favor, 49 contra e 13 abstenções.
Mudanças
A partir do dia 1° de fevereiro, mesmo após o Brexit passar a valer efetivamente, as trocas diárias entre o Reino Unido e a UE continuarão como antes até o fim de 2020. Durante esse período de transição, equivalente a 11 meses, Londres e Bruxelas seguirão negociando o futuro relacionamento.
Porém, distintas mudanças práticas ocorrerão nesse tempo de transição. São elas: 66 milhões de habitantes a menos de habitantes; À meia-noite (20h de Brasília) da sexta-feira para o sábado, a União Europeia perderá pela primeira vez um Estado membro, que é um dos maiores e mais ricos países do bloco; Com a saída de 66 milhões de habitantes, a UE verá sua população diminuir para cerca de 446 milhões. Seu território diminuirá 5,5%; Se o Reino Unido decidir retornar, terá que passar pelo procedimento normal de adesão.
Em Bruxelas, a retirada da bandeira britânica do Parlamento Europeu simbolizará uma mudança real: o Reino Unido deixa a UE e se torna um “país terceiro”, todos os 73 eurodeputados britânicos eleitos em maio vão se despedir; Londres não terá mais o direito de apresentar um candidato a um cargo de comissário europeu; Boris Johnson, primeiro-ministro britânico, não será mais convidado para as cúpulas europeias, nem os membros do governo participarão de reuniões ministeriais; os britânicos não poderão mais concorrer a postos do funcionalismo público em Bruxelas.
