Onze anos foi o tempo que a aposentada Ester da Cunha Lopes, 70 anos, sofreu com constantes dores na coluna. Desde a adolescência, ela trabalhava como costureira e devido à má postura diante da função e também o sedentarismo, acarretaram para ocasionar a lesão na lombar e na cervical.

O problema que a aposentada sofreu na coluna, cada vez mais atinge as pessoas. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, aproximadamente 80% da população tem alguma dor lombar (a famosa dor nas costas) durante a idade adulta e pelo menos 1% destes apresentam ciatalgia, uma dor crônica na parte baixa das costas que também acomete o trajeto do nervo ciático.

Já na idade adulta, as dores foram aumentando e Ester Lopes apenas tratava com medicamentos. “Chegou um ponto que eu não aguentava nem suspender os braços e nem vestir uma roupa. Comecei a sentir fortes dores nas pernas e após consultar vários médicos, um deles disse que o meu caso só melhoraria se fizesse a cirurgia na coluna. A princípio, fique receosa, mas não tinha outra saída. Fiz duas cirurgias e hoje vivo feliz sem crises na coluna”.

Ester ainda reforçou que tem dezenove parafusos nas costas e leva uma vida normal, “claro, que na medida do possível. Dirijo carro automático, mas se precisar posso dirigir veículo normal. Tenho algumas limitações, mas diante das dores que sentia, hoje vivo muito bem”, declarou Ester. Conforme os especialistas, a má postura, sedentarismo, obesidade e esforços físicos exagerados são os casos mais frequentes para ocasionar a dor lombar. Ester Lopes sabe disso e ressaltou que nunca fez uma atividade física e seu trabalho de costureira contribuiu para a gravidade da doença.

“Aconselho as pessoas a praticarem exercícios físicos. Eu levei uma vida apenas visando o trabalho e com isso, paguei um preço muito alto. Na minha época não existia essas variedades de atividades físicas que temos hoje. As pessoas precisam tirar um tempinho para dedicar à prática de algum exercício”, declarou.

O médico neurocirurgião Paulo Porto de Melo ressaltou que as dores mais comuns na coluna são: escoliose, Hérnia de Disco Lombar e Hérnia de Disco Cervical. A dor lombar pode se apresentar como lombalgia, quando só dói a região lombar; ciatalgia, que irradia para as pernas pelo nervo ciático e lombociatalgia, que causa dor na região lombar e irradia para as pernas.

Muitas pessoas podem ter hérnias, mas não sentir os sintomas dolorosos. Na maioria das vezes, analgésicos, anti-inflamatórios, relaxantes musculares e fisioterapia resolvem a questão.

Já o tratamento cirúrgico possui inúmeras alternativas, envolvendo desde tratamentos percutâneos (através de um pequeno furo na pele, de aproximadamente 0,5mm de diâmetro) até os tratamentos convencionais, passando pelas cirurgias minimamente invasivas. “Atualmente pacientes jovens são tratados com a filosofia de restaurar a coluna à sua situação normal, ideal. Isto fez com que fossem desenvolvidas próteses discais que não necessitam ser trocadas, e que fornecem à coluna cervical a possibilidade de manter a sua mobilidade”, diz o médico.

Através da cirurgia minimamente invasiva é possível resolver situações extremamente complexas da coluna (hérnias, fraturas, deslocamentos, estreitamentos, etc) através de pequenos portais, reduzindo o trauma cirúrgico, a permanência intra-hospitalar, a dor pós-operatória e o período até a plena reintegração às atividades pré-operatórias.

“No entanto, uma vez vitimado por uma crise, o paciente pode voltar a ter outras, uma vez que este disco não está mais normal. Isso acaba afetando a capacidade da pessoa de exercer algumas de suas funções e restringindo seus movimentos”, reafirmou o neurocirurgião. Fonte: Tribuna