A Polícia Civil abriu inquérito para apurar o crime de tortura praticado por dois empresários contra os seus funcionários em um estabelecimento comercial no bairro da Lapa, em Salvador.
Em entrevista ao apresentador Roque Santos, nesta terça-feira (30), na rádio Sucesso FM, o delegado da 1ª Delegacia Territorial dos Bairris, Willian Achan, detalhou o ocorrido e destacou a gravidade do caso. De acordo com ele, foram instaurados dois inquéritos policiais contra os autores, o Alexandre e o primo, gerente dele, o Diógenes.
“O Alexandre se apresentou com o advogado e já foi interrogado, mas novamente será interrogado face a segunda vítima. Também estamos aguardando o comparecimento do Diógenes. O Diógenes ainda não prestou o seu interrogatório e a previsão que eu dei é para que se ele não comparecer até quarta-feira, eu vou ter que tomar algumas medidas cautelares”, afirmou Achan.
Tortura
Os funcionários relataram que foram acusados de cometer furtos na loja. Também explicam que os donos do estabelecimento promoveram sessões de espancamento, filmaram e divulgaram nas redes sociais como se eles fossem ladrões. No inquérito, um dos acusados alega que praticou as agressões para puni-los, porque, segundo ele, os trabalhadores teriam praticado furtos.
“As vítimas compareceram a Delegacia, foram prestar queixa. E dado a gravidade, quando eu fiz o atendimento, e vi o grau de gravidade das lesões, eu não tive dúvida, dessa situação e, inclusive, o indiciamento dos dois autores serão por tortura e não por lesão corporal”, ressalta o delegado.
Willian Achan também classificou a ação dos agressões como perversa e detalhou que para casos de tortura a lei prevê pena de dois a oito anos de prisão.
“Eles usaram pedaços de madeira, para fazer a palmatória, além do ferro quente. Ele chegou a colocar um pedaço de pano para evitar que a vítima gritasse, dado as dores que estava sentindo no momento Realmente foi uma ação com requinte de perversidade. Dado a essa situação, a Polícia Judiciária teve que intervir e também já estou sabendo da participação do Ministério Público do Trabalho (MPT)”, concluiu.