Pelo menos, duas famílias deixaram de fazer o velório de seus parentes porque receberam os corpos do Instituto Médico Legal (IML) de Camaçari já em estado de decomposição.
Segundo o morador André Ferreira, que presenciou o ocorrido com os seus entes queridos por duas vezes, relata que há fortes indícios de que o órgão está sem geladeira para fazer a conservação dos mortos.
“Estou passando aqui para as autoridades em Camaçari, principalmente o pessoal do IML, em Camaçari, fazer uma averiguação na parte de cadavérico. Por exemplo, a pessoa morreu, eles retiram e levam para o IML. Acontece que, segundo informações, não tem geladeira. É o segundo caso que acontece com pessoas, praticamente família, e amigos meus, que eu já tive também”, explicou em entrevista ao apresentador Roque Santos, no programa Bahia No Ar desta terça-feira (11), na rádio Sucesso FM.
Um dos casos aconteceu na semana passada. De acordo com Ferreira, ele não pôde se despedir direito de um amigo, que morreu na última sexta-feira (7), pois o IML entregou o corpo aos familiares já em estado avançado de putrefação.
“Foi levado, quando o pessoal foi fazer a remoção do corpo no IML, para fazer o velório, não pôde nem mais abrir o caixão, pois o menino estava já se desmanchando. Ele morreu na sexta, fizeram a remoção, levaram para o IML e deixaram em cima da pedra esse período todinho, de sexta até no domingo, que foi o enterro dele. Quando foi no domingo, foram fazer a remoção do corpo para trazer para o cemitério, da Gleba H, para fazer o sepultamento. Não pôde nem abrir o caixão porque o menino já estava com o rosto se decompondo”, relatou.
Revoltado por já ter vivenciado a mesma situação, após um parente ter morrido em um acidente, André Ferreira cobra uma resposta dos órgãos responsáveis para a situação.
“Então eu queria saber: Não tem geladeira para guardar, para deixar enquanto resolve documentação? É triste, é difícil. A pessoa está passando por um momento de dor e de tristeza ainda tem que presenciar uma situação dessa, é desagradável”, desabafou.
Ao Bahia no Ar, o Departamento de Polícia Técnica (DPT) rebateu e negou a acusação, dizendo que é impossível, por lei, que os corpos fiquem tanto tempo ‘presos’ e ainda, que muitos dos corpos já são removidos para o local em estado de decomposição.