Em nota publicada no site da categoria, o Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, questiona a crise econômica anunciada pela montadora Ford. Isso por que, mesmo alegando crise, a Ford de Camaçari continua com a produção a todo vapor, e até dezembro deste ano vai bater a meta de 198 mil veículos produzidos, alega o sindicato.
O grande entrave entre o sindicato e a Ford é que a montadora quer demitir 192 funcionários do setor de autopeças, 500 do setor operacional e mais 700 do setor de logística. “Além de querer deixar centenas de funcionários desempregados, a Ford vai prejudicar também a economia de toda a Região Metropolitana. Não podemos admitir isso. Se o momento é de crise e instabilidade econômica, não podemos ser demitido por quer vamos produzir 198 mil carros esse ano ficando na média dos dois últimos anos”, afirma Júlio Bonfim, presidente do Sindicato.
A Ford Camaçari diz que quer “adequar o nível de produção à demanda do mercado”, mas no fundo só tenta penaliza o trabalhador. O Sindicato alerta que só faltam cerca de 38 mil carros para alcançar a meta de produção do ano, ainda com mais de dois meses de prazo. Desde janeiro, já foram produzidos 160 mil veículos. “Os ajustes na empresa, por causa da economia, não podem passar por demissão. As montadoras deveriam, por exemplo, baixar o preço dos carros para aumentar as vendas e desafogar os pátios lotados. Mas, como só pensam em lucro, as empresas querem que o trabalhador pague essa conta sozinho. Isso, não vamos aceitar! Iremos fazer greve por tempo indeterminado caso aja demissões em massa”, destaca Bonfim.
Segundo o diretor do sindicato, Everaldo Vieira, a intenção da categoria é dialogar com a montadora e encontrar uma solução que evite as demissões. “Nós queremos dizer à empresa e ao estado que existem outras formas de se comunicar para que não gere um impasse profundo entre trabalhadores e sociedade”, afirmou. Cláudio Conceição, diretor sindical, diz que o governador Rui Costa, o prefeito Ademar Delgado e os vereadores têm o dever de garantir o emprego dos trabalhadores. “Sabemos que os funcionários da Ford têm uma grande parcela na movimentação da economia do nosso município”, explica.
“Esse é um protesto de prevenção. Nós não vamos fazer igual ao Sul e o Sudeste, em que eles demitiram primeiro, e as paralisações ocorreram depois. Nós paralisamos antes para evitar as demissões” Afirma Bonfim.
*Com informações do STIM CTB