O presidente da Câmara Federal, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já admitiu para deputados de sua confiança que controla contas bancárias secretas na Suíça.
De acordo com a Folha de S. Paulo, ele conversou com parlamentares sobre a sua defesa no processo de cassação do seu mandato e disse que vai insistir que não mentiu no depoimento à CPI da Petrobras em março, quando garantiu não ter contas no exterior. Cunha deve argumentar que ele foi questionado se era titular das contas, sendo que na verdade elas foram registradas por empresas dele que foram abertas fora do Brasil. À Folha de S. Paulo, deputados admitiram que a defesa é fraca, pois documentos do Ministério Público da Suíça indicam que ele e seus familiares eram os beneficiários das contas.
O presidente da Câmara também afirmou à CPI que não tinha “qualquer tipo” de conta além da declarada à Receita Federal no Brasil. Em conversas com parlamentares, Cunha afirmou que o dinheiro dessas contas no exterior seriam fruto de negócios nos anos 80 e 90 e teria errado ao não declarar essas contas atualmente. Segundo o Código de Ética da Câmara, ocultação de patrimônio é considerada quebra de decoro parlamentar e pode levar à cassação.