A justiça da Suíça confirmou que o técnico Cuca, que recentemente pediu demissão do Corinthians, participou do estupro da jovem de 13 anos em 1987. O veredito veio após exames feitos na vítima, onde foram encontradas amostras de sêmen do atleta, que naquele momento era jogador do Grêmio.
Ao site do Globo Esporte, a diretora do Arquivo do Estado do Cantão de Berna, Barbara Studer, leu parte do processo – que tem no total 1.023 páginas – e explicou que o caso corre em segredo de justiça por um período de 110 anos. No entanto, para demonstrar que a acusação de Cuca é veredica, aceitou mostrar para o portal uma página do documento, a de número 915. Ali inicia a sentença do crime, dada pelo Tribunal Criminal de Berna em 15 de agosto de 1989, e que incrimina os envolvidos no estupro.
Respeitando o sigilo processual, Barbara mostra pontos que fizeram o Tribunal decidir pela acusação de Cuca, trazendo exames que comprovaram a presença de espermatozoides do técnico na vítima, além dela tê-lo reconhecido. Além disso, a então adolescente tentou o suicídio, o que motivou mais uma justificativa para o veredito.
O pronunciamento da diretora do Arquivo de Berna desmente as falas do treinador que, ao se apresentar no time paulista, negou o caso e disse que não participou, mesmo estando no mesmo quarto que os demais.
Cuca, junto com Eduardo Hamester e Henrique Etges foram condenados a 15 meses de prisão e ao pagamento de 8 mil dólares cada. Já Fernando Castoldi, outro jogador envolvido no caso, teve uma pena menor, de 3 meses de detenção e pagamento de 4 mil dólares por ser considerado cúmplice do crime.
No entanto, os quatro já estavam no Brasil e, de acordo com as leis nacionais, não é possível deportar um cidadão brasileiro para cumprir pena em outro país. Depois de 15 anos, em 2004, a decisão judicial prescreveu, isto é, perdeu a validade, fazendo com que os envolvidos pudessem visitar a Suíça sem ter a chance de serem presos.