Ironizada no país inteiro e até internacionalmente pela Revista Forbes, a “Black Friday brasileira” também é conhecida pelos consumidores como ‘o dia da fraude’. Nesta sexta-feira (27), no centro de Camaçari, Região Metropolitana de Salvador, se vê muita gente nos corredores de lojas, aventurando encontrar um real desconto para adquirir aquele produto tão desejado, mas não comprado antes, pelo alto preço e também pela crise que atinge o Brasil.
O que seria uma oportunidade para comprar um conjunto de sofá novos, para a dona de casa Maria de Lourdes da Silva, se tornou frustração. “Há dois meses queria comprar sofás novos lá pra casa, e fui observando o sofá que queria, e também o preço. Daí meu filho falou para esperar a Black Friday e me decepcionei”, reclamou.
É que dona Maria viu há dois meses que o conjunto que ela queria estava em “promoção” de R$ 799,00, por R$699,00. Hoje, na Black Friday, o cartaz da promoção mudou. O produto está de R$ 839,90 por R$ 699,00. “Não mudou nada, o preço é o mesmo, e o vendedor sugeriu outro sofá de menos qualidade, que realmente estava mais barato, só que R$ 50 reais de diferença.
Black Fraude
No meio da multidão de clientes que tenta aventurar algum produto barato em Camaçari, outro grupo de panfleteiros distribui material informativo com números e mais números sugerindo desconto e economia. O estudante, Michel Cerqueira, disse que saiu no final da aula para ver se trocava de celular. “O que eu queria não tá na promoção como esperei. O jeito é juntar mais dinheiro e tentar no Natal”, lamentou.
Algumas pessoas descontentes saíram pela rua aos gritos de “Black Fraude! Black Fraude!”. Um senhor de idade que passava no momento em que a reportagem entrevistava dona Maria reclamou. “Tudo pela metade do dobro nessa Black Friday!”.
Black Friday no Centro Comercial de Camaçari
Houve quem saísse satisfeito. A vendedora Amélia Rodrigues disse que conseguiu comprar um secador de cabelo com R$ 30,00 de desconto. “Chorei um pouco, claro. Mas pagando à vista ficou melhor”, comemorou.
No ritmo da Black Friday, as vendedoras de roupas Luana e Jéssica, que trabalham no Centro Comercial de Camaçari, também aderiram ao “Dia de Desconto”. “Damos de 10 a 20% por cento de desconto pagando à vista”, afirmaram.
“É, pelo tanto de propaganda que se vê pela cidade, pelo menos um desconto se torna algo justo”, confirmou a professora Kátia Farias, que passava pelo local.
