O Diretor Executivo da escolinha que organizou um torneio no último fim de semana em Camaçari, Cézar Silva, é acusado pela família do adolescente que teve os dentes arrancados em campo de omissão de socorro.
O caso aconteceu no último domingo (20), durante uma partida de futebol no bairro da Gleba B. O goleiro, 15 anos, foi agredido com um murro na boca após uma disputa de bola, nos últimos dois minutos de acréscimo. Ele cobraria um tiro de meta.
Em conversa com o Bahia no Ar, os pais da vítima, Kátia e André, moradores do bairro do Gravatá, relataram que após a agressão, o filho foi até Cézar, que organizou o evento, e mostrou o que o jogador do time rival havia feito. Segundo a família, o diretor ignorou o adolescente enquanto sangrava.
Os pais da vítima a levaram até o Hospital Geral de Camaçari (HGC) onde foi feito uma tomografia. O adolescente sofreu uma avulsão dentária, que é um tipo de traumatismo dentoalveolar (lesão).
Além de ter dois dentes arrancados por inteiro, o garoto teve outros quatros dentes comprometidos e terá que passar por quatro canais. A família conseguiu garantir que os implantes de dois dentes fossem feitos na noite de domingo, e o custo já passou de R$ 2 mil.
Mas, ainda há os outros procedimentos e tratamentos para serem feitos. Esses custos estão sendo arcados apenas pela família até o momento. Kátia e André já estão sendo acompanhados por uma advogada que vai dar continuidade ao processo de denúncia.
O menor de 17 anos usou as redes sociais admitiu que agrediu a vítima por a disputar pela bola depois que foi marcada uma falta. Ele relatou que teve o braço deslocado após os colegas da vítima dar um “carrinho” nele.
O QUE DIZ CÉZAR
Cézar Lima, presidente de uma das instituições envolvidas no caso, em resposta aos questionamentos do Bahia no Ar, afirmou que os dois jovens receberam os primeiros socorros do corpo de funcionários da sua entidade desportiva.
”Eu estava no meu dia de folga e todo corpo da entidade estava em campo e prestou socorros aos dois envolvidos’‘, disse.
Cézar também garantiu que as famílias estiveram em contato para resolver pendências com os custos dos procedimentos, mas a mãe do garoto de 15 anos teria negado por orientação do advogado.
”No dia do ocorrido, a família do atleta de 17 anos esteve na casa do mais novo e disse que daria o suporte necessário, mas a mãe do outro garoto negou a ajuda e disse que entraria com uma ação após falar com o advogado deles”, completou o presidente da organização.
O QUE DIZ A SÚMULA DA PARTIDA
*O nome das equipes envolvidas e dos atletas, menores de idade, foram removidos do texto.
Relatório do jogo do dia 20/08/2023
A partida transcorria normalmente, sem nenhuma falta desleal, apenas dois cartões amarelos e nenhum cartão vermelho. Aos 30 minutos de jogo, houve uma falta para a Equipe A. Na cobrança, a bola foi para fora e atingiu o alambrado, quando o zagueiro desta equipe, de número 4, pegou a bola e trouxe para dentro de campo. O atleta da Equipe B, interceptou o colega segurando a bola e dando um tranco no jogador da numeração 4, quando esse mesmo virou-se e acertou um soco no colega de esporte, da Equipe B, causando uma fratura em seu maxilar. Outro jovem da Equipe B deu um chute no jogador da Equipe A, que teve um trauma no braço causado pela queda. Eu, vendo que não tinha mais condições e nem clima para continuar a partida, encerrei com o placar de 0x0.
Árbitro do jogo – Ubiraci Gomes.