O professor de Filosofia Luiz Enrique Vieira de Souza, acusado de assediar uma aluna na Universidade Federal da Bahia (UFBA), afirmou que é portador de Transtorno Afetivo Bipolar. Em entrevista a TV Bahia, o acusado afirmou que esteve em surto no momento dos fatos relatados no processo e vai recorrer na Justiça.
O professor foi demitido da função na UFBA.
Ele mostrou os documentos médicos que comprovam tal condição foram apresentados à universidade, incluindo um laudo expedido pela junta médica da Ufba.
De acordo com o professor, a comissão do processo administrativo disciplinar (Pad) o julgou inimputável – pessoa que não tem consciência da ilicitude de sua conduta, por causa de uma doença mental ou mal desenvolvimento mental. A Procuradoria Federal da República junto à UFBA referendou essa decisão.
Em nota a diretoria da Universidade disse:
“No entanto, a diretoria da Faculdade e a Reitoria, claramente motivadas politicamente e temerosas em desagradar movimentos ligados à Universidade, decidiram ignorar a recomendação técnica da comissão do PAD e os documentos médicos. Estou há dois anos sendo brutalmente linchado e ameaçado, tive minha vida destruída, mas conheço meus direitos e vou atrás deles na justiça“.
A ocorrência está sendo investigada pelo gabinete da reitoria.
O professor é acusado de ter cometido assédio sexual e moral contra duas alunas e uma professora de outro departamento – denúncias datadas de 2020. As estudantes e a docente envolvidas foram procuradas pela reportagem, mas não haviam respostas até o fechamento desta matéria.
De acordo com a denuncia, a aluna alega que o professor fez comentários com teor sexual direcionados a ela e sua filha, menor de idade. “Destaco ainda o constrangimento ilegal causado pelo senhor Luiz [Enrique Vieira de Souza] me ocasionou grave desconforto e prejuízo emocional, com sintomas de ansiedade e insônia, prejudicando minha participação nas reuniões de colegiado e o desenvolvimento do meu trabalho profissional de maneira geral”, afirma na decisão.