Há dois meses a trabalhadora autônoma, Catiane Santos, viu a vida de seu filho mudar por completo. O adolescente, Victor Silva, de 18 anos, foi diagnosticado com Aplasia Medular. A doença rara que faz com que o paciente com a doença não produza células sanguíneas suficientes, necessitando receber transfusões para controlar a anemia grave e o baixo número de plaquetas.
A família é moradora de Camaçari. A mãe relata emocionada o caminho percorrido até o diagnóstico da doença. “O primeiro sintoma que ele apresentou foi uma inflamação forte na garganta, levei ele na UPA da Gleba A, lá ele foi medicado e saímos coma receita para seguir o tratamento em casa. A inflamação na garganta passou, mas ele começou a apresentar outros sintomas”, disse.
Com o passar dos dias, Victor apresentou febre e moleza no corpo. De volta a UPA, os médicos desconfiaram de h pylori – uma bactéria comumente encontrada nos estômago e está presente em aproximadamente metade da população mundial.
Na terceira recaída de sintomas, o agravamento que preocupou ainda mais a mãe. “Estavamos em casa quando ele passou muito mal. Victor desmaiou, ficou branco e se batia como se estivesse com convulsões. Na UPA novamente, o médico pediu uma bateria de exames e constatou as plaquetas baixas. Na unidade, Victor fez transfusões de sangue, entrou na tela da regulação”, cantou Catiane.
O adolescente foi transferido para Hospital Geral de Camaçari e em seguida para o Hospital das Clínicas, a unidade possui médicos especialistas em doenças do sangue e somente então a família recebeu o diagnóstico da Aplasia da Medula Óssea.
De acordo com a mãe de Victor, a cura para a doença está no transplante da medula. “Eu e os três irmãos dele fizemos o teste para verificar se temos compatibilidade para sermos os doadores da medula. Meu maior sonho é ver meu filho voltar a seguir os sonhos dele”, declarou.
Na Bahia, a cirurgia de transplante de medula ainda não é realizada, os pacientes são encaminhados para o estado de São Paulo. Lá tanto a família quanto o paciente ficam hospedados em casas de acolhimento especificas, mas os custos com transporte e para manutenção é necessário ser atendido pela própria família. “Há algum tempo eu trabalhava como autônoma, não tinha renda fixa e depois que descobria doença do meu filho larguei tudo para cuidar dele”, completa Catiane.
A família de Victor se uniu em torno de uma “Vaquinha”. Através do PIX solidário para cura da Aplasia Medular (chave [email protected]) as pessoas sensibilizadas com situação do adolescente e de sua mãe podem contribuir com doações que os ajudaram nesse período. A expectativa é de que eles viajem para São Paulo no começo de janeiro. “Vamos passar quatro meses lá e essa arrecadação vai nos ajudar bastante. Conto com a contribuição e a solidariedade de todos”, falou.