A jornalista presa em flagrante por injúria racial no último sábado (3), no Fuzuê, foi solta nesta segunda-feira (5) após audiência de custódia e vai responder ao julgamento em liberdade provisória. Na decisão judicial, também estão previstas medidas cautelares. São elas: compromisso de comparecer a todos os atos processuais e manter seu endereço atualizado.
Entre outras medidas como o comparecimento bimestral em Juízo, pelo período de um ano, podendo ser prorrogado, proibição de frequentar festas de rua, de largo, bares e similares e recolhimento domiciliar noturno, das 18h às 06h, inclusive finais de semana e feriados.
A mulher foi identificada como Rosane Maria de Souza Silva. Ela tem 73 anos e mora na Barra, bairro nobre de Salvador. Ela atua como jornalista e não pode deixar de cumprir as condições, caso isso ocorra, sem motivo justo, vai perder o benefício da liberdade provisória e voltará a ser presa por força do flagrante delito.
A investigada não possui antecedentes criminais ou ação penal em seu desfavor.
De acordo com informações da TV Bahia, a jornalista negou ter praticado o crime e alegou estar brincando usando o termo “navio negreiro”.
Relembre o caso
No sábado (3), Salvador celebrou o período pré-carnavalesco com as atrações musicais do Fuzuê. No momento em que milhares de pessoas se divertiam, a jornalista foi autuada em flagrante por crime de injúria racial, no Posto da Polícia Civil, localizado na Marque de Leão. A autora insultou e agrediu verbalmente uma policial militar, quando se negou a ser abordada por conta da PM ser uma mulher negra.
De imediato a mulher conduzida por policiais militares se negou a parar no portal de abordagem da PM e declarou que “Não veio do navio negreiro para ser revistada por uma negra” e acrescentou outros insultos contra a vítima.
Durante as festas serviços especializados para o atendimento as vítimas de racismo e demais públicos vulnerabilizados estarão disponíveis nos postos de Serviço Especializado de Respeito a Grupos Vulnerabilizados e Vítimas de Intolerância e Racismo (Servvir), instalados nos circuitos Dodô e Osmar.