Diversas mulheres se reuniram para formalizar uma denúncia contra uma cabelereira de Camaçari, acusada de aplicar golpes por meio da venda de mega-hairs e procedimentos capilares que, de fato, nunca foram entregues ou feitos nas clientes – que pagaram antecipadamente.
Mais de 30 delas, moradoras da cidade e da Região Metropolitana de Salvador (RMS), afirmam que foram vítimas da mesma profissional, que se divulga nas redes sociais como Adrielle – Soluções Capilares e vende combos de alisamentos e apliques. Em entrevista ao Bahia no Ar, três delas detalharam o ocorrido e cobram que haja a devolução do dinheiro, não havendo retorno da responsável pela prática abusiva.
As entrevistadas relataram que, mesmo em períodos diferentes, a forma que Adrielle atua é a mesma: divulga combos a um valor abaixo do mercado, realiza um procedimento chamado ‘Alisamento Queen’ – que deu errado em todos os casos – em seguida diz que o mega-hair está em falta e irá chegar, mesmo sendo pago antes, e depois disso, não dá mais retorno.
“Ela já atendeu em um estande no Atakarejo [na Av. Jorge Amado], no Shopping do Chapéu [localizado no centro] e próximo ao Motel Kamasary [no Jardim Limoeiro]. Ela sempre muda de lugar para fugir das cobranças”, disse uma das vítimas, que preferiu não se identificar, a pontuar a forma que Adrielle age.
Já Bruna Gois aguarda há quase 1 ano o retorno dos R$1390 que ela pagou em um alisamento (mal sucedido) e uma aplicação capilar, que nunca foi realizado. “Paguei R$740 no cartão e o combo eu dividi, sendo R$300 à vista e R$350 no cartão. Quando fui pedir meu dinheiro de volta, o salão no Atakarejo estava fechado. Ela disse que estava no Shopping do Chapéu, onde eu também não a encontrei e ficou nessa enrolação“, explicou.
Tratamento com deboche
Outro ponto que é comum entre as três mulheres que aceitaram dar entrevista a este site foi a forma como a cabeleireira está tratando os inúmeros casos após a divulgação das denúncias: com deboche e ironia. Maria Beatriz Moreira, que também mora em Camaçari, alegou que após a compra de dois combos no valor de R$500 reais cada, está sendo completamente ignorada por Adrielle – assim como todas.
“Fiz a compra em março e desde então, nada. Dos mil reais que paguei, somente recebi R$150 de volta. Quando comecei a cobrar, recebia como resposta um ‘estou em movimento, não estou parada!’, dizendo que a justiça não adianta nada. Agora, somente uma mensagem automática para todas solicitam que ela devolva o dinheiro”, desabafou.
Bruna detalhou uma situação que, ao encontrar a suspeita na rua e pedir para que pagasse o que lhe devia, ouviu – de forma totalmente irônica – que “não teria obrigação de pagar e que não devia nada a ninguém“, batendo no ombro da denunciante.
“Depois disso tudo, ela só atende agora no condomínio onde ela mora. No Instagram, ela faz uma espécie de avaliação online, para não ter perigo de ser uma das clientes que ela deu calote. Aí, só depois disso que ela deixa entrar”, disse a mulher que preferiu o anonimato por ser alvo de destrato e piadas por parte de Adrielle, após pagar de R$2 mil e não ter o serviço atendido.
Inquérito policial
O grupo de mulheres já realizou denúncias contra a cabeleireira, de forma oficial, na Polícia Civil. Como grande parte das vítimas é de Camaçari, o caso está sendo acompanhado pela 18ª Delegacia Territorial (DT) da cidade, porém há registros entre outras unidades na RMS.
Adrielle e seu esposo, que também está envolvido nas ações, foram convocados pela titular, delegada Danielle Monteiro, para que prestassem depoimento sobre a série de casos. A expectativa é que dra. Danielle solicite novamente a presença de cada denunciante para prestar esclarecimentos, principalmente as primeiras, e assim concluir o inquérito.
Fazendo isso, a delegada destinará a investigação por estelionato contra a profissional ao Ministério Público da Bahia (MP-BA), que poderá entrar na justiça. No entanto, a titular já recomendou a todas que buscassem os meios judiciais antes disso, para que assim o processo de ressarcimento seja solicitado.
O desejo das mais de 30 vítimas do golpe é que o prejuízo seja sanado e, além disso, que outras mulheres não sofram o mesmo que elas passam agora. “Ela continua vendendo os combos e cabelos e ninguém a impede, isso não é justo“, declarou Beatriz. Já a vítima anônima ressaltou: “Eu gostaria de verdade que nenhuma pessoa caísse nesse golpe porque é ruim, a gente fica com a autoestima lá embaixo“.
O portal Bahia no Ar declara que o espaço está aberto para posicionamento do lado acusado, caso assim queira.
O golpe tai cai quem quer
Tá na cara que ela não vai pagar a ninguém, então o conselho que dou é vcs se juntarem e darem uma boa surra nela, mas tem que ser uma surra que deixe ela no mínimo paraplégica se não, não vale a pena.