Em entrevista nesta quinta-feira, 14, ao radialista Roque Santos, para o portal Bahia No Ar, o advogado Heider Brito que foi preso em setembro do ano passado acusado de estelionato e de praticar ilegalmente o exercício da Advocacia, afirmou que se sente perseguido pelo promotor da Comarca de Camaçari.
Segundo Brito, sua prisão teria sido motivada após uma discussão que ele teve com uma advogada de prenome Fernanda, que é esposa do coordenador da Promotoria de Camaçari, Everardo Yunes. Na ocasião ele afirmou que sente dificuldades no andamento de seu processo. “Dentro disso aí eu me sinto perseguido, eu estou sentindo dificuldades na movimentação do meu processo, tanto é, que não há fatos nem justa causa para tal afrontamento, inclusive o desembargador já mandou devolução por quatro vezes dos meus bens e dos documentos e até hoje não foram devolvidos meus documentos e nem as providências tomadas devidamente”, disse.
Na oportunidade, Heider falou da ligação do Poder Judiciário com o Ministério Público e destacou que em nenhum momento colocaria em questão a integridade do Judiciário, no entanto, acrescentou que não entende a posição do coordenador da Promotoria, a não ser essa discussão de negócios que teve com a advogada já citada.
Heider explicou também , que a seccional da Bahia tem conhecimento dos fatos e impetrou uma petição na Comarca de Camaçari solicitando a regularização das medidas cautelares. O advogado relatou a dificuldade de voltar a exercer a profissão. “Até a presente data eu continuo sem poder trabalhar, eu sou pai de família, tenho três filhos, pago pensão de dois, um mora comigo, eu pago aluguel, eu vivo da Advocacia não tenho outra profissão”, enfatizou.
Ainda na entrevista, Heider ressaltou que além de estar impossibilitado de exercer sua função, mesmo com as decisões de segundo grau, o Judiciário de Camaçari, impôs a ele uma suspensão que impede que ele entre em qualquer órgão do Poder Judiciário. ” Isso afronta a Constituição, além disso a questão da suspensão da Advocacia é de competência exclusiva da OAB. A OAB é quem vai decidir se suspende ou não”, explicou.
O advogado disse ainda, que seu registro na ordem permanece como regular. ” Não estou suspenso, não estou advogando realmente porque se eu descumprir a ordem do juiz, eu posso ser preso de forma arbitrária novamente”, falou.