A comerciante Edneusa Bispo dos Santos, de 44 anos, morreu nesta sexta-feira (11), um mês após ser picada no seio por uma aranha na Bahia. A mulher estava internada no Hospital de Simões filho, cidade da região metropolitana de Salvador, desde o dia 17 de fevereiro. O enterro foi realizado também nesta sexta-feira, no cemitério do mesmo município onde está localizada a unidade de saúde.
A família da comerciante diz que desde que ela foi picada, no dia 10 de fevereiro, a busca por atendimento virou uma peregrinação. Primeiro, ela tentou atendimento em um posto de Arembepe, no Litoral Norte da Bahia, no dia seguinte à picada. No mesmo dia, Edileuza esteve em uma clínica particular, na Liberdade, em Salvador, onde fez uma ultrassom e foi medicada.
No dia 12 de fevereiro, ela foi levada para o Hospital Roberto Santos, também na capital baiana, onde está localizado o Centro Anti Veneno (Ciav), local especializado em ataques de animais peçonhentos. Sem atendimento na unidade, Edileuza foi até PAM de Roma, ainda em Salvador, onde passou por uma raspagem no seio, para retirada do tecido necrosado. Só no dia 17 de fevereiro, a família conseguiu uma vaga no hospital de Simões Filho e no dia 7 de março ela entrou em coma.
“O Roberto Santos [hospital] negligenciou socorro, não deu o soro para ela, fez a ficha por muito esforço, ela [Edneusa] passou pela triagem e o médico não atendeu, disse que não atenderia, que não tinha vaga”, relatou a irmã de Edneusa, Marlene Bispo.
A Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) informou, por meio de nota, que lamenta a morte de Edneusa e que está apurando o motivo pelo qual ela não foi internada no Hospital Roberto Santos. Citou ainda que Edneusa foi levada à unidade de saúde cinco dias depois da picada. Ao contrário do que disse a irmã, que alega ter tentado o internamento 24 horas depois da picada.
Já Secretaria de Saúde de Camaçari, responsável pelo posto de Arembepe, disse que em nenhum momento a família de Edneuza denunciou a falta de atendimento e que vai abrir sindicância para apurar o caso.
O diretor do Ciav, Daniel Rebouças, também falou sobre a situação. “Nesse caso específico, nós não temos nenhum registro dessa paciente”, disse.