Circulam na internet, dois vídeos em que um homem de 36 anos é preso em flagrante na tarde desta quarta-feira (30) após invadir o fórum regional do Butantã, na zona oeste de SP, e manter uma juíza refém. Seu plano, além de matar a magistrada, era se suicidar e explodir parte do prédio, de acordo com informações da Folha.
Segundo a polícia, Alfredo José dos Santos aparentava ter problemas psiquiátricos e ameaçou atear fogo na juíza Tatiana Moreira Lima, responsável pela vara da Violência Doméstica. Motorista, Santos cursou ensino técnico de química.
Por volta das 14h, invadiu o fórum correndo pela saída, sem passar pelo detector de metais e pela segurança, carregando uma bolsa cheia de garrafas pet com solventes inflamáveis, como gasolina, querosene e etanol.
Subiu as escadas ateando fogo no prédio. Um segurança atirou em sua direção, mas acertou a parede. Foi quando ele entrou na sala da juíza. Segundo a polícia, Santos jogou gasolina nele e na vítima. Obrigou ela a gravar um vídeo dizendo que ele era inocente e a jogou ao chão, ameaçando acender um isqueiro.
Foi contido após a chegada da Polícia Militar e uma breve negociação.
Veja vídeos:
https://www.youtube.com/watch?v=WKuuDgkdb90
O caso
O crime aconteceu por volta das 13h30. Segundo policiais, Alfredo invadiu o Fórum do Butantã correndo pela saída, sem passar pela segurança. O local não teria detector de metais. Ele subiu as escadas ateando fogo no piso.
Um segurança chegou a atirar na direção do invasor, mas o disparo teria atingido a parede. Sem ser barrado, Alfredo correu até o gabinete da juíza, a agarrou pelo pescoço e despejou um produto químico nela.
Quando seguranças do fórum chegaram à sala, Alfredo segurava a juíza pelo pescoço. Após negociação com a polícia, ele exigiu que as pessoas na sala filmassem ele segurando a magistrada. Pedia para que ela dissesse que ele não era louco e era inocente. Também pediu que chamassem a TV. A gravação foi feita por um policial.
Veja abaixo o diálogo gravado por celular:
Alfredo José dos Santos – “Tá filmando isso aí?”
PM1 – “Tá.”
Alfredo – “Coloca na televisão.”
PM 1 – “Calma, calma, calma. Tenha calma, pô! Eu quero te ajudar, pô!”
Alfredo – “Quero a televisão aqui, agora.”
PM 1 – “Já pedimo (sic), tá vindo.”
PM 2 – “Tá vindo.”
PM 1 – “Tô sem arma, pô. Fica calmo.”
Alfredo – “Só um minutinho. Peraí, peraí. Eu sou louco?”
PM 1 – “Ninguém quer te prejudicar ”
Alfredo – “Fala para eles bem alto. Eu sou louco?
PM1 – “Ela é inocente.”
Juíza Tatiane Moreira Lima – “Você não é louco.”
Alfredo – “Pera só um pouquinho… Três vezes.”
Juíza – “Você não é louco.”
Alfredo – “Mais uma!”
Juíza – “Você não é louco.”
Alfredo – “Sou culpado de algum crime?”
Juíza – “Não. Nenhum crime.”
PM 1 – “Tenha calma.”
Alfredo – “Vocês ouviram?”
Juíza – “Nenhum crime.”
Alfredo – “Vocês ouviram?”
PM 1 – “Tá filmando.”
Alfredo – “Tá filmando isso aí?”
PM – “Tá.”
Alfredo – “Coloca na televisão.”
Ao término da gravação acima, ele foi detido pelos policiais, rendido e preso. A juíza acabou libertada. Essa ação da prisão também foi filmada. Um vídeo de 1 minuto e 50 segundos mostra policiais aproveitando um momento de distração do agressor e avançam sobre ele, o imobilizando. Em seguida, um extintor é jogado para impedir que ele ateasse fogo na vítima.
“Eu sou inocente, eu sou inocente”, dizia Alfredo aos policiais que o algemavam.
“Ele [o agressor] falou que tá cheio de coisa aí dentro”, disse em seguida um policial, se referindo a possíveis produtos inflamáveis colocados no fórum.