Os professores e professoras municipais de Camaçari, região metropolitana d Salvador, realizarão nova assembléia que discutirá os rumos da greve que já dura mais de 35 dias, na próxima terça-feira (26), às 09h30, na Escola Normal, seguida de ato público.
Em carta aberta para a população camaçariense, o sindicato da categoria, Sindicato dos Professores e Professoras Municipais de Camaçari (Sispec), reforçou alguns alguns motivos para que a greve continue.
No último dia 20, servidores marcaram presença no pátio da Prefeitura para demonstrar insatisfação das categorias com a postura da administração municipal nas negociações salariais. Segundo o sindicato, a Prefeitura nega as principais reivindicações e não apresenta alternativas aceitáveis.
Ação na Justiça
A diretoria do Sispec solicitou ao advogado do sindicato, Dr. Ricardo, que elabore uma peça jurídica de contestação em face da ameaça de corte nos salários feita pela Administração de Camaçari, por meio de convocação publicada no Diário Oficial dirigida aos servidores municipais, incluindo os professores da rede municipal de ensino, que estão em greve na defesa de seus direitos.
Carta Aberta
GREVE DOS PROFESSORES E PROFESSORAS MUNICIPAIS DE CAMAÇARI CONTINUA. SAIBA POR QUÊ
Em greve desde o dia 18 de Março de 2016, os professores e professoras da rede pública municipal se dirigem aos cidadãos e cidadãs de Camaçari para esclarecer as razões que levam a categoria a manter a paralisação, como também para pedir o apoio da comunidade camaçariense.
Estamos em campanha salarial, com data-base em janeiro, e nossa luta não é somente por reajuste salarial, mas também por valorização profissional, reforma e manutenção física das escolas, merenda escolar de qualidade e um ambiente escolar mais seguro e saudável para professores, estudantes e funcionários. Eis um resumo da nossa trajetória de luta:
A pauta de reivindicações da Campanha Salarial 2016 foi entregue à Administração no dia 09 de dezembro de 2015. Nessa pauta o sindicato reivindica que o índice de reposição do Fundeb dado aos professores do Magistério, de 11,36%, seja concedido aos demais professores. Apesar das tentativas do Sispec, a Administração não deu resposta aos pleitos.
Diante do descaso e da imobilidade proposital da Prefeitura, a categoria aprovou em assembleia GREVE POR TEMPO INDETERMINADO. Desde então várias mobilizações e atos públicos foram realizados na cidade. A greve se fortaleceu e ganhou repercussão, o que obrigou os gestores a sentar para negociar e apresentar uma proposta ao Sispec.
Os professores não aceitaram a proposta incoerente feita pela Administração, de apenas 2% em maio e o restante em dezembro inicialmente, passando depois para o mês de outubro, descumprindo o PCCV e a Lei do Piso.
Em assembleia realizada dia 19/04, a categoria flexibilizou sua proposta de 11,36%, em duas parcelas com pagamento retroativo a janeiro, mas não obteve resposta dos gestores.
Camaçari é um dos municípios mais ricos do país, com arrecadação de R$ 1,06 bilhão em 2015 (conforme números divulgados pelo secretário Camilo Pinto em audiência pública na Câmara de Vereadores, em 26/02/2016), mas a Prefeitura alega falta de recursos para atender às reivindicações da categoria.
Educação não é despesa, é investimento. É um dos principais pilares da cidadania, e só é viável com a valorização dos educadores.
Queremos voltar à sala de aula, que é o nosso lugar. A luta continua para garantir nossos direitos e exigir da Prefeitura o respeito que merecemos. Estamos ao lado da comunidade e pedimos o apoio de todos nessa grande mobilização.
Sispec – Sindicato dos Professores e Professoras Municipais de Camaçari