A deputada pediu desculpas à imprensa por não ter se manifestado antes.
A deputada pediu desculpas à imprensa por não ter se manifestado antes.

O voto mais esperado no Conselho de Ética na tarde desta terça-feira (14), em Brasília, que definiria ou não a cassação do mandato de Eduardo Cunha (PMDB), era o da deputada federal baiana, Tia Eron (PRB). Ela votou sim pela aprovação do relatório do deputado Marcos Rogério (DEM-RO) que recomenda a perda do mandato do peemedebista. O resultado da votação foi de 11 votos a favor e 09 contra a cassação.

Outra surpresa foi o deputado Wladmir Costa, do Solidariedade, que durante toda a sessão do Conselho defendeu Cunha, mas logo após o voto de Eron, mudou o voto, declarando sim pela perda do mandato de Cunha.

Cunha, que é presidente afastado da Câmara de Deputados é acusado, no processo por quebra de decoro parlamentar, de manter contas secretas no exterior e de ter mentido sobre a existência delas em depoimento à CPI da Petrobras no ano passado. Cabe recurso no Conselho de Constituição e Justiça.

Durante discurso no Conselho, Eron disse ter ficado surpresa ao ser hostilizada por mulheres após votar sim pelo afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT), no último dia 17 de abril. A deputada pediu desculpas à imprensa por não dar declarações antes da votação, alegando precisar se preservar.

Afirmando que o seu partido, o PRB, “faz outro tipo de política”, mas não especificou qual, Eron iniciou discurso indicando votar contra, mas finalizou dizendo sim.

A decisão ocorre uma semana após ser divulgada notícia de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão de Cunha.

Com a aprovação do relatório de Marcos Rogério, abre-se prazo de cinco dias úteis, a partir da publicação no Diário Oficial, para a defesa de Cunha recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que poderá opinar apenas sobre aspectos formais do relatório e não sobre o mérito.

Em seguida, o processo segue para o plenário da Câmara. Qualquer punição só poderá ser aprovada em definitivo com o voto de ao menos 257 dos 513 deputados.

Veja como votou cada deputado integrante do Conselho de Ética:

A favor da cassação

Marcos Rogério (DEM-RO), relator do processo

Sandro Alex (PSD-PR)

Paulo Azi (DEM-BA)

Júlio Delgado (PSB-MG)

Nelson Marchezan (PSDB-RS)

Zé Geraldo (PT-PA)

Betinho Gomes (PSDB-PE)

Valmir Prascidelli (PT-SP)

Leo de Brito (PT-AC)

Tia Eron (PRB-BA)

Wladimir Costa (SD-PA)

 

Contra a cassação

Alberto Filho (PMDB-MA)

André Fufuca (PP-MA)

Mauro Lopes (PMDB-MG)

Nelson Meurer (PP-PR)

Sérgio Moraes (PTB-RS)

Washington Reis (PMDB-RJ)

João Carlos Bacelar (PR-BA)

Laerte Bessa (PR-DF)

Wellington Roberto (PR-PB)

 

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