O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) que apure a ação da Polícia Militar que resultou em 12 mortes e seis feridos no bairro do Cabula, em Salvador, em fevereiro de 2015.
Janot destacou que houve “incongruências” nas investigações e “fatos que causam estranhamento”, como a absolvição dos nove policiais militares envolvidos na operação.
A informação sobre o pedido do procurador foi divulgada pela Procuradoria-Geral da República na última semana. Nesta segunda (27), a assessoria de comunicação do órgão informou que o pedido ainda será apreciado pelo STJ, mas que não há previsão para que isso ocorra.
O Caso
O resultado dos laudos cadavéricos das 12 mortes ocorridas no dia 06 de fevereiro, comunidade Vila Moisés, no bairro do Cabula em Salvador, durante uma operação da Polícia Militar, indicam sinais de execução e não um auto de resistência, conforme alegou a polícia. A informação foi divulgada nesta quinta-feira, 02, pelo jornal Correio .
De acordo com a publicação, o laudo aponta perfurações na palma da mão, nos braços e antebraços, das vítimas sendo que apenas quatros dos 12 mortos tinham vestígios de pólvora. Ainda segundo o jornal, a maioria dos mortos apresentava pelo menos cincos marcas de tiros – alguns deles disparados a curta distância, de menos de 1,5 metros.
Uma fonte ligada ao caso, teria afirmado que a forma como os corpos estavam indicam claramente que as vítimas foram mortas em posição de defesa e afirmou que há “sinais evidentes de execução”.