Em parecer à Justiça nesta semana, procuradores da Operação Lava Jato acusam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de ter “participado ativamente” do esquema de corrupção na Petrobras e de ser um de seus beneficiários.
Em um documento obtido pelo Jornal Folha de São Paulo, há elementos de prova de que Lula participou ativamente do esquema criminoso engendrado em desfavor da Petrobras, e também de que recebeu, direta e indiretamente, vantagens indevidas decorrentes dessa estrutura delituosa.
O documento, de 70 páginas, é um dos mais incisivos posicionamentos do Ministério Público em relação ao ex-presidente, alvo de inquéritos na Lava Jato.
Para os procuradores, não é “crível” que Lula não soubesse da existência do esquema, tendo em vista que admitiu, ainda em 2005, a existência de caixa dois no PT e também afirmou à Polícia Federal, em março, que nomeava os diretores da Petrobras de acordo com as indicações de aliados políticos.
No documento informa que diversos fatos vinculados ao esquema que fraudou as licitações da Petrobras apontam que o ex-Presidente da República tinha ciência do estratagema criminoso e dele se beneficiou.
A força-tarefa ainda acusa o PT de atuar “de forma constante e própria” para obter dinheiro para a legenda.
O documento lista diversos acusados na Lava Jato que tinham ascendência no partido e íntima relação política com Lula, tais como o ex-ministro José Dirceu, o ex-tesoureiro João Vaccari Neto e o ex-deputado André Vargas -todos presos pela operação.
Os advogados do ex-presidente argumentam que os fatos investigados pelos procuradores ocorreram no Estado de São Paulo e não têm qualquer relação com a Lava Jato. Lula nega as acusações e diz ser alvo de perseguição política pelo Ministério Público.