A Associação dos Professores Universitários da Bahia (Apub) convocou servidores das universidades federais para aderir ao Dia Nacional de Paralisação contra os retrocessos trabalhistas e pela educação pública, que acontece nesta terça-feira (16) em todo o país. Em Salvador, o ato acontecerá a partir das 9h em frente à sede da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), no Stiep.
“A gente já vem denunciando todo esse projeto de contenção dessas verbas para a educação pública e para as universidades e vem fazendo uma série de atividades. Amanhã nós temos um dia de luta e de paralisação pelo conjunto dos trabalhadores, porque a redução das despesas não atinge diretamente só a universidade”, disse a presidente da Apub, professora Claudia Miranda. Um dos motes da paralisação é o corte anunciado para as universidades federais no orçamento de 2017.
Neste domingo (14), a Universidade Federal da Bahia (Ufba) divulgou uma nota oficial em que trata como “inaceitável” a proposta de cortes de 19% na verba de custeio e de até 45% na de investimentos para as universidades federais de todo o país, conforme divulgou o MEC no Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle (Sismec).
Para a professora Cláudia Miranda, a redução da verba causa impacto direto no dia a dia do professor e do aluno, sobretudo quando leva-se em conta que a Ufba passou recentemente por um processo de expansão em cursos de pós-graduação e graduação, inclusive noturnos. “Para que esse processo de expansão se consolide e venha a gerar mais qualidade, a gente precisa também expandir no financiamento da própria universidade, com implantação de laboratórios, prédios que estão sendo reformados, uma série de aspectos de infraestrutura”, diz.
Para além disso, a presidente da Apub também demonstra preocupação com relação à redução da verba de custeio, que é o que mantém a universidade em termos de manutenção, higiene, material de consumo e viagens que os professores precisam fazer para atividades de extensão. “Ensino, pesquisa e extensão, em alguns momentos, chegam até a se confundir, porque no momento em que você está na extensão, você também está no ensino, na pesquisa. As ações de extensão interferem na formação dos estudantes e na prática do ensino”, aponta.
Em nota, o Ministério da Educação disse que o valor da previsão orçamentária para 2017 na Educação é de R$ 6,7 bilhões, mesmo valor executado em 2016. Mas a informação oficial divulgada pela Ufba é diferente. A presidente da Apub destacou que a própria Ufba divulgou que o recurso planejado para a universidade em 2017 é menor do que o que a Ufba recebeu em 2016.
“A reunião do Conselho Universitário acontece agora à tarde e nessa reunião a Ufba deve apresentar os documentos que comprovam essa diferença. Se o próprio governo disse que haverá cortes, eles estão em contradição”, apontou.